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11ª edição do Fórum Sindical Sul Têxtil acontece em Campo Grande MS

Aconteceu nos dias 9 a 11 de abril o 11° Fórum Sindical Sul Têxtil na cidade de Campo Grande no estado do Mato Grosso do Sul. Estão presentes sindicalistas e trabalhadores dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e do estado anfitrião do evento.

A programação do fórum reuniu pautas importantes para a classe trabalhadora e teve muitos encaminhamentos que serão concretizados nos próximos meses. Na manhã de segunda-feira (09) o Economista da Subseção do Dieese na Fetiesc, Mairon Edegar Brandes apresentou uma análise da conjuntura econômica e o desempenho dos setores participantes do fórum.

Mairon comenta que segundo o IBGE existem 13 milhões de desempregados no Brasil e acredita que pode existir um aumento de trabalhadores informais o que precarizará as relações de trabalho. Por outro lado os dados para Santa Catarina são positivos, o setor têxtil e de confecção apresentam taxas positivas de estabilidade de empregos formais, e fica em segundo lugar no contingente de trabalhadores no setor do couro e calçado que é maior no Rio Grande do Sul.

Existem desafios a serem enfrentados neste momento em que o país passa, como a precarização do trabalho, a perda de direitos com as “reformas” trabalhista e previdenciária, problemas nas negociações e medidas de ajustes das empresas, comenta Mairon.


 

A segunda exposição do dia ficou por conta do Deputado Federal Pedro Uczai que falou sobre a situação política em Brasília e as consequências para a classe trabalhadora. O deputado manteve sua fala em quatro pontos principais como a Pec 241/55 do congelamento de gastos, as reformas da previdência e trabalhista, e o negociado sobre o legislado.

Em todo momento enfatiza que estes projetos tem o objetivo de desmontar e fragilizar a classe trabalhadora e o movimento social. É preciso que tenha pressão social, que todos participem das mobilizações, pois o centro das reformas afeta diretamente os trabalhadores industriários. A aprovação destes projetos fará aumentar os acidentes de trabalho, terá redução de salários, e a precarização das relações de trabalho. “Sem pressão social não há vitória”.

Um tema amplamente discutido em diversos eventos realizados pela Fetiesc também fez parte do fórum, o Assessor Jurídico da Fetiesc e especialista em Previdência Social, Dr. Matusalem dos Santos falou sobre a reforma da previdência e os impactos na vida da classe trabalhadora.

A mídia é paga para divulgar mentiras sobre a reforma, e quem assiste somente televisão acaba acreditando que a reforma é necessária, ao contrário dos dados divulgados pelo Dr. Matusalem, ele afirma que os dados provam a farsa do déficit da previdência.

Se aprovada, a reforma vai aumentar o número de doenças e acidentes de trabalho, todos terão que trabalhar muito mais, aumentará o desemprego, e vai desaquecer a economia local. Imagine você uma pessoa com 65 anos trabalhando em minas de carvão, carregando peso, fazendo movimentos repetitivos diariamente. Será possível?

O alerta vai para quem está na regra de transição, homens com 50 anos e mulheres com 45 devem analisar a melhor aposentadoria, não há possibilidade de entrar na nova regra e perder os direitos já adquiridos.

No dia 11 o advogado trabalhista Dr. Cícero Vieira de Araújo apresentou aos sindicalistas detalhes da reforma trabalhista que ele prefere chamar de “destruição trabalhista” pois não melhora, e sim, piora a situação da classe trabalhadora. Em sua fala alerta que após a entrada do governo atual existe um pacote de leis que pretende extinguir os diretos dos trabalhadores, como a inclusão social e melhores condições de trabalho, saúde, segurança, ensino público de qualidade.

A Reforma Trabalhista está agendada para a votação no dia 19 de abril, segundo o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Se aprovada a CLT está no escanteio e direitos conquistados há anos serão extintos. A nova lei autoriza o parcelamento das férias conforme necessidade do patrão, intervalo intrajornada de no máximo 30 minutos, plano de cargos e salários, regulamento empresarial, terceirização, pejotizacão dentre outros. Será o novo modelo de escravidão do século 21.

A Pauta Unificada do Fórum Sindical Sul Têxtil foi apresentada aos sindicalistas e trabalhadores. O advogado Dr. Eduardo Francisquetti detalhou o documento que reúne informações importantes e concretas para as negociações. Muitas opiniões foram ouvidas e compiladas para a formação deste documento que norteará as negociações futuras das entidades que tiverem interesse. Em uma breve pesquisa na plenária observou-se que 100% das entidades participantes do fórum já utilizam a pauta que leva em consideração a realidade de cada estado participante.

Encerrando o ciclo de palestras do 11° Fórum Sindical Sul Têxtil o assessor jurídico da Fetiesc Jairo Leandro Luiz Rodrigues apresentou o Estatuto Padrão para os sindicatos participantes do fórum.

O objetivo do estatuto padrão é que ele seja um indicador de procedimentos e ações para as entidades participantes do fórum. A implementação de um estatuto padrão pode conceber benefícios políticos e estruturais para as entidades sindicais. O documento mescla experiências que cada região adota em seu estatuto para que fique dentro da realidade sindical de todos.

A próxima edição do Fórum Sindical Sul Têxtil acontecerá no estado do Rio Grande do Sul, com data e local a serem definidos pela organização.

Confira as fotos do evento: Clique aqui – Fetiesc Federação dos Trabalhadores 

Imprensa Fetiesc

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