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MULHERES: Trabalhadoras estabelecem estratégias para fortalecer o movimento sindical

A igualdade salarial entre trabalhadores e trabalhadoras, a inserção da classe trabalhadora na política e a qualificação e formação de lideranças foram a tônica do encontro

Sindicalistas, representantes de todas as regiões do Estado, marcaram presença no coletivo das mulheres, realizado nesta quinta-feira (25/05) pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), com o objetivo de avaliar as atividades já realizadas e traçar o planejamento de novas ações a serem promovidas no decorrer do ano, envolvendo a mulher trabalhadora catarinense.

Inicialmente o presidente da federação, Idemar Antonio Martini, alertou as mulheres sobre a premente necessidade de o movimento sindical se alinhar e se fortalecer na unidade do coletivo, de modo a compreender as variáveis que devem ser corrigidas de modo que a política brasileira não regresse aos tempos sombrios vividos nos últimos anos. 

Conforme Martini, a eleição do presidente Lula é uma possibilidade de respirar de novo. “Que saibamos valorizar esse respiro, para que possamos ser protagonistas da mudança deste país, sem retroceder ao que vivemos nos últimos anos”. 

Adiante, Martini alertou que as lideranças sindicais hoje só podem estar reunidas e atuantes, graças à derrota do governo de Bolsonaro, caso contrário “seríamos perseguidos”. Neste sentido, destaca ser fundamental pensar no coletivo e fortalecer na unidade, uma vez que “As pessoas contra nós continuam ativas fazendo de tudo para voltarem ao Estado que tinham: um governo de minoria e de mau caráter”. 

Para tanto, Martini ressaltou a importância de se promover o envolvimento da classe trabalhadora neste ciclo de mudança, preparando-se para no próximo ano eleger trabalhadores e sindicalistas para garantir a representação dos interesses da classe trabalhadora nas Câmaras de Vereadores. 

Na oportunidade, a Diretora da Secretaria da Mulher da FETIESC, Elfi Lemke, destacou a retomada das atividades da Secretaria no mês de março, por sindicatos da base da federação, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, permitindo a promoção de encontros regionais com as mulheres trabalhadoras, contribuindo para o compartilhamento das ideias. 

Além disso, Lemke destacou a relevância do trabalho nas mídias sociais, a qual, segundo ela, dá evidência às ações sindicais, levando ao conhecimento das trabalhadoras que o sindicato se envolve não apenas com as questões trabalhistas, mas também com questões sociais e na defesa da saúde e da vida das trabalhadoras. 

Conforme Elfi Lemke, nas atividades alusivas ao Dia Internacional da Mulher, a união dos sindicatos da base da FETIESC conseguiu agregar mais de 800 trabalhadoras nos eventos promovidos em Criciúma (60); Chapecó (150); São Bento do Sul (90); Gaspar (60); Timbó (70); Campos Novos (30); Brusque (72); Biguaçu (65); e Blumenau (235), os quais colocaram em pauta temas ligados ao combate ao feminicídio, à valorização e empoderamento feminino, aos direitos das trabalhadoras, sem esquecer a questão de autoestima das mulheres. 

Por sua vez, o assessor de formação sindical, professor Sabino Bussanello, reiterou a importância da representação da classe trabalhadora nas Câmaras de Vereadores, Assembleia Legislativa e no Congresso  Nacional, de modo a interferir no conflito entre o capital e o trabalho, protegendo e defendendo os interesses da classe trabalhadora. “O que é que está acontecendo com o movimento sindical que não pauta a importância da política? Não podemos esperar que um governo mágico resolva todas essas contradições. A elite não quer que a gente toque neste assunto. Querem os trabalhadores calados, produzindo riquezas para meia dúzia de pessoas viverem na bonança”. O professor também  revelou que a participação das mulheres no parlamento catarinense está em 7%. 

Por sua vez, o sindicalista e vereador do município de Guaíba (RS), João Caldas, destacou que a “política é a única forma que temos que enfrentar o capital que forma a adequar as leis do país que estão prejudicando a classe trabalhadora”, e para tanto destaca a necessidade de se ter políticos que representem a luta desta classe. Tal entendimento é ratificado pelo presidente do SITRIVEST de Caçador, Valmor de Paula, o qual alerta que “Não basta discutir política. O trabalhador tem que saber quem está do lado da classe trabalhadora”, ao que complementa a necessidade de os sindicatos exigirem que as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) passem a atender a legislação e assumam a responsabilidade com os casos de assédio sexual e moral que acometem a classe trabalhadora, de modo especial as mulheres.

Já o presidente do SINTIPLABI, de Biguaçu e região, Lúcio Schmitt, revelou que ainda hoje os maridos impedem a participação das trabalhadoras tanto no sindicato, quanto na política. Conforme ele, o marido tem muito controle sobre as mulheres. Como o sindicato vai trabalhar isso? Está muito difícil trazer elas participarem das ações do sindicato, porque os maridos têm o controle sobre elas”, denunciou. 

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