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Trabalhador que não combate o trabalho infantil não é digno do trabalho que tem

A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC) e todos os sindicatos de base associados tem o compromisso inabalável de combater toda forma de precarização e exploração do trabalho, no entanto, combater o trabalho infantil é um dever de todo trabalhador e de toda trabalhadora que se mantém irmanados ao movimento sindical trabalhista. 

Em hipótese alguma pode o trabalhador compactuar com esse crime que sequestra a infância e submete as nossas crianças a situações degradantes. É evidente que este crime é mais uma das consequência do neoliberalismo desenfreado que, na mesma velocidade que se enraíza na sociedade contemporânea, sufoca e condena à exclusão e até mesmo à morte, milhares de cidadãos e famílias, de modo particular os mais pobres. 

Recentemente firmamos uma parceria institucional com o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina, ratificando o nosso compromisso em contribuir no combate a esse mal que se arrasta por séculos. No entanto, mais do que nunca o movimento sindical trabalhista, nas suas bases, nos portões das fábricas, de cara a cara com cada trabalhador(a), deve empunhar essa bandeira de luta contra o trabalho infantil, de modo que os nossos trabalhadores compreendam a gravidade deste ato e não o reproduzam dentro dos seus próprios lares. 

Nada, absolutamente nada, justifica o trabalho infantil! Nem mesmo a exposição à miséria, a baixa renda e a desvalorização salarial, à fome e à falta de oportunidades dignas justificam a violação dos direitos de nossas crianças. 

É bom destacar que em 2019, na autoproclamada Suíça brasileira – o estado de Santa Catarina – havia 55.668 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade em situação de trabalho infantil, o que equivalia a 4,9% do total catarinenses nesta faixa etária, média essa acima da nacional que era de 4,8% do total.  

Tais números, além de bizarros e estarrecedores, demonstram que nós, trabalhadores e sindicalistas catarinenses, temos que assumir com veemência o combate a esse crime que viola os direitos ao mesmo tempo que se ‘normaliza’ numa sociedade majoritariamente contaminada  e apoiadora das ideologias fascistas, crentes de que  é benéfica a existência de desigualdades e hierarquia social, defensores ferrenhos do domínio das elites sobre a classe trabalhadora. 

Neste cenário, os sindicatos da base da FETIESC precisam se levantar e lutar contra todos esses ideários construídos nos últimos anos por uma elite e uma milícia partidária que faz de tudo para desconstruir o que pouco conquistamos a duras penas. 

Logo, se verdadeiramente estamos do lado daqueles que sonham com um Brasil mais justo e de menos desigualdades, precisamos nos informar, nos mobilizar, protestar e fazer pressão política, compreendendo que quando os trabalhadores se unem, se transformam em agentes históricos, capazes de mudar essa triste realidade do trabalho indigno. 

Afinal reitero: cabe à sociedade civil e ao movimento sindical laboral, denunciar e combater toda forma de trabalho infantil. O trabalho tem que gerar dignidade e qualidade de vida, por isso defendo que nossas crianças tenham escolas integrais, lazer, arte, cultura, esportes e plenas condições de desenvolver todas as suas potencialidades.

Imprensa Fetiesc

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