Líderes sindicais também se manifestaram na sessão especial do Plenário realizada nesta segunda-feira (2), para celebrar o Dia do Trabalho, comemorado no dia anterior. Apelos por unidade de ação entre as centrais sindicais e maior engajamento das bases, além de cobranças para a aprovação de projetos que beneficiem trabalhadores e aposentados, foram os pontos mais abordados.
Depois de criticar a utilização de shows e sorteios como estratégia para atração de participantes para os atos de 1º de Maio, José Augusto da Silva Filho, que representou o Fórum Sindical de Trabalhadores, aproveitou para sugerir que essas datas sejam usadas mais para “reflexão e ação que festa”.
Ao tratar dos projetos de interesse dos trabalhadores na ativa e dos aposentados, José Augusto citou o que se destina a reduzir a jornada de trabalho e o que prevê o fim do Fator Previdenciário, mecanismo que reduz o valor das aposentadorias. Outra proposta citada pelo sindicalista, que também é vice-presidente do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, regulamenta a profissão dos comerciários. A matéria tramita na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
– É um absurdo ainda não ser reconhecida a profissão mais antiga que temos – criticou José Augusto.
Francisco Luiz Saraiva Costa, da direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Distrito Federal, alertou para as conseqüências do patrocínio de campanhas eleitorais por empresários. Conforme ressaltou, essa prática permite que empregadores tenham seus interesses atendidos, seja pelo Legislativo ou pelo Executivo, em detrimento das necessidades da classe trabalhadora.
O dirigente da CUT, que também integra a Federação dos Trabalhadores do Comércio do Distrito Federal, também alertou para os problemas enfrentados pelos trabalhadores desse setor. Conforme assinalou, a categoria é prejudicada pela “ganância por lucros” dos lojistas, que exigem a abertura dos estabelecimentos aos domingos e à noite. Para ele, muitos pais e mães são obrigados a estender sua jornada de trabalho, para não perder o emprego, deixando de dar atenção a seus filhos.
Representando o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Maria Antônia Magalhães também pediu o fim do Fator Previdenciário. Ela fez apelo aos parlamentares para que trabalhem pela aprovação de leis que assegurem a igualdade de gênero no país.
Atenágoras Lopes, da executiva nacional da Conlutas – Central Sindical Popular, lembrou que, nesta segunda-feira (2), tem início a terceira semana de greve dos operários da construção civil em Fortaleza. Junto com as recentes paralisações nos canteiros de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inclusive de usinas hidrelétricas, essa greve, segundo Lopes, estaria revelando as péssimas condições de trabalho em empreendimentos financiados pelo governo e a “truculência” da classe empresarial.
Também José Calixto Ramos, da Nova Central de Trabalhadores, defendeu uma política de recuperação de aposentadorias e pensões. Ele disse lamentar que as dificuldades enfrentadas por diversas categorias de trabalhadores persistam por décadas.
– Não temos muito a comemorar, a não ser comemorar a vida – disse. Assim como Atenágoras e Maria Antônia Magalhães, José Calixto destacou a necessidade de trabalho unificado das centrais sindicais.
Fonte: Agência Senado.
Copilado de Informativo CNTI de 03.05.2011