Trabalhador do Papel realiza Campanha Salarial Unificada
Os trabalhadores do setor do Papel seguirão unificados na Campanha Salarial de 2012. Esta decisão foi ratificada durante Encontro realizado dia 8 de maio, no Centro de Educação Sindical da Fetiesc, em Meia praia, Itapema, contando com a presença de dirigentes de 14 entidades sindicais de Trabalhadores do Papel, filiadas à Federação. O encontro teve a participação do diretor-técnico do Dieese/SC (Departamento Intersindical de estatísticas e Estudos Sócio-econômicos), José Álvaro Cardoso, que fez uma análise criteriosa sobre a Cadeia Produtiva do Papel e Celulose e a atual conjuntura para o setor. A campanha reúne os Sindicatos de Trabalhadores de Blumenau, Campos Novos, Caçador, Correia Pinto, Fraiburgo, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Lages, Rio Negrinho, Otacílio Costa, Timbó, Três Barras, além da Fetiesc.
Para o presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini, é fundamental que os trabalhadores profissionalizem as suas ações e sugeriu que o Dieese tenha uma Subseção na própria sede da Fetiesc. “O Plano Brasil Maior, do governo Dilma, vai atingir também a cadeia produtiva do Papel e Celulose. Assim, o governo deve convocar representantes de patrões e trabalhadores para discutir tecnicamente o que precisa melhorar, por isso, temos que estar preparados”, avalia Idemar Martini. Entre outras reivindicações, a Campanha Salarial pretende garantir uma única data-base, em 1º de outubro, para os cerca de 14 mil trabalhadores papeleiros unificados em SC. Na próxima reunião, marcada para o dia 4 de junho, em Otacílio Costa, será aprovada a pauta integral de reivindicações.
Cadeia produtiva
O Brasil é o quarto maior produtor de celulose do mundo e o décimo na produção de papel. O ranking foi divulgado pelo diretor técnico do Dieese. José Álvaro lembrou que, em 2010, o país produziu 185,5 milhões de toneladas de celulose (7,6% da produção mundial) e 9,8 milhões de papel (2,5% no mundo). Entre as décadas de 1970 e 2011, o crescimento anual foi de 7,2% para celulose e de 5,5% para papel. O saldo da balança comercial, em 2011, foi de 5 bilhões de dólares e os principais destinos da celulose brasileira são a Europa (44%) e a China (31%). Já o papel é exportado principalmente para a América Latina (56%) e Europa (16%). José Álvaro destacou que o Brasil aliou nos últimos anos produtividade e rendimento na área florestal e o setor encontra-se hoje “extremamente competitivo”.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2002 e 2011 a produtividade (produzir em menor tempo possível) do setor cresceu em torno de 25%, enquanto as horas pagas reduziram-se em 5%. Mas a característica aponta para uma melhoria, “o país cresce, a inclusão é maior e o setor amplia”, compara José Álvaro, citando o aumento do emprego como exemplo: “Entre 2007 e 2011 o surgimento de novos postos de trabalho foi de 8%”. O setor, hoje, possui 4.320 empresas e um universo de 173.219 trabalhadores. Na avaliação do presidente da Fetiesc, Idemar Martini, “nas últimas décadas, o plástico substituiu o papel no Brasil, por isso o consumo é pequeno, mas a tendência é de o setor papeleiro voltar a crescer mais”.