O Dieese/SC (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) passou a realizar uma leitura técnica das publicações do escritório, no Brasil, durante as reuniões mensais de sua diretoria e, na reunião do dia 2 de julho, na sede da Fetiesc, em Itapema, os diretores analisaram o livro “A situação do Trabalho no Brasil na primeira década dos anos 2000”, lançamento em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego. “Regra geral o Dieese já promove esses estudos destinados ao seu corpo técnico mas, em Santa Catarina, até pela estrutura restrita do escritório, decidimos levar a ideia para os representantes sindicais e fomos muito bem sucedidos”, analisou o diretor do Dieese/SC, economista José Álvaro Cardoso.
O coordenador sindical do Dieese, Ivo Castanheira, destacou no livro a efetiva diferença entre a década de 1990 e a primeira década deste século. “Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso o país esteve sob controle absoluto do Fundo Monetário Internacional, tínhamos uma situação em que predominava a tentativa de flexibilização de direitos e ataques permanentes aos direitos dos trabalhadores, aliados à privatização, terceirização, banco de horas, baixos índices de crescimento econômico”, avaliou Castanheira. Em contrapartida, relacionou os avanços a partir dos dois governos de Lula na presidência do Brasil, como “a política de valorização do salário mínimo, de distribuição e transferência de renda, o incentivo ao consumo interno, as isenções de IPI e de programas como o PAC e o Fome Zero”.
Já o representante dos trabalhadores em serviço de Saúde, diretor Jânio Silva, lembrou da importância dos investimentos na área social e da defesa do serviço público de qualidade. “No breve futuro teremos um país de idosos, será grande o número de trabalhadores aposentados”, lembrou Jânio, destacando ainda a necessidade dos governos implementarem políticas públicas voltadas aos idosos e aos jovens. Jânio também destacou do livro o tópico sobre a inserção das mulheres no mercado de trabalho: “A mulher é maioria da população, possui maior escolaridade e ainda recebe menos do que os homens”.
O representante dos trabalhadores nos Estabelecimentos particulares de Ensino, no Dieese/SC, Moacir Pedro Rubini, lembrou que o modelo econômico das duas décadas em análise é o mesmo, “a grande diferença é a concepção de como gerir o o setor público, mudou muito”, comparou o professor. “Vivemos uma década positiva, com transferência de renda, que deu uma outra cara para o Brasil”, reforçou, ressaltando, no entanto, que “ainda existem 3,6 milhões de crianças fora da sala de aula” e que é preciso canalizar recursos para as áreas de Educação, Saúde e Segurança”.
Socialismo dentro do capitalismo
O consenso entre os diretores do Dieese/SC é de que a continuidade das ações do governo Lula, no atual governo da presidenta Dilma Rousseff, com o lema “País rico é país sem pobreza”, tornou possível percebermos que” o país pode ser diferente”. A constatação mais contundente feita pelos diretores, a partir da leitura do livro, foi a de que cada vez mais é preciso investir na qualificação da classe trabalhadora. O economista do Dieese/SC, José Álvaro Cardoso, destacou que o objetivo do livro foi de traçar a relação entre crescimento econômico e geração de empregos. “O segredo está na inclusão e foi a demanda interna que fez o país crescer”, disse José Álvaro, que considera programas como o Fome Zero um grande desafio, porque “trata-se do socialismo dentro do capitalismo”. O economista lembrou que “somente 8% dos juros da dívida pública do país, de R$ 17 bilhões, pagariam o Bolsa Família – a dívida está em R$ 213 bilhões.
Atual direção
A atual diretoria do Dieese de Santa Catarina é composta pelos seguintes dirigentes sindicais e técnicos:
Ivo Castanheira |
Jairo Leandro Luiz Rodrigues |
Jorge Godinho da Silva |
José Isaias Vechi |
Jânio Silva |
Moacir Pedro Rubini |
Oderi Gomes |
Sueli Silvia Adriano |