Fetiesc

Movimento sindical deve pressionar parlamentares pela aprovação de projetos de interesse da classe trabalhadora

Mais de 350 dirigentes sindicais de Santa Catarina participaram do Encontro com o senador Paulo Paim (PT/RS) e o deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), realizado hoje (18), no Centro de Educação Sindical da Fetiesc, em Meia Praia, Itapema. O Encontro debateu temas que estão na agenda do movimento sindical, como o sistema de custeio das entidades, a estabilidade do dirigente, fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho sem redução de salário. “O movimento sindical está sendo vítima de ataques contra a liberdade e autonomia. A cada troca de governo, estamos na ameaça, como uma espada sobre as nossas cabeças, aumentando as dificuldades que já temos”, criticou o presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini. O Encontro contou com as presenças do senador Casildo Maldaner (PMDB/SC), da deputada estadual Ângela Albino (PCdoB) e do superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego, em SC, Luiz Viegas.

“A caça às bruxas não vai acontecer mais”, assegurou o novo superintendente Luiz Viegas, referindo-se aos ataques do Ministério Público do Trabalho contra as entidades sindicais, coibindo o desconto da contribuição confederativa dos trabalhadores, em favor do Sindicato. A deputada Ângela Albino destacou “a necessidade de unificar as lutas da classe trabalhadora” e advertiu que “nenhum direito é conquistado sem luta e unidade”. O diretor da CNTI, Aprígio Guimarães, adiantou que “a Confederação deve levar para todo o país essa luta em defesa do custeio das entidades sindicais”.

Unidade

O deputado federal Pedro Uczai lembrou da luta pela implantação do Piso Salarial Estadual para destacar a importância da unidade: “O que divergimos temos que deixar em outros espaços, porque aquilo que nos unifica é mais importante”, discursou, citando temas como o  fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho e custeio do movimento sindical. “Quanto menos custeio, menos autonomia sindical. Temos que ter autonomia financeira para termos autonomia da luta, da organização e da mobilização, não é benesse, concessão, é uma forma da classe se organizar e conquistar novos direitos”, defendeu o deputado, autor da PEC que proíbe a privatização do patrimônio público, “para que não se privatize sem plebiscito aquilo que é do povo brasileiro”.

Bandeiras de luta

O senador Paulo Paim lembrou da necessidade de “estar cada vez mais perto dos dirigentes sindicais”. Autor e defensor das principais bandeiras de luta do movimento sindical, o senador é favorável à estabilidade do dirigente, tanto do suplente quanto do membro do Conselho Fiscal. “Não pode demitir, caso contrário, como se fará a política sindical, se escondendo do patrão?”, questionou Paim. Projeto nesse sentido foi aprovado no Senado, mas aguarda votação pela Câmara dos Deputados. “O povo tem que entender que sua arma é o voto: ou votam as bandeiras mínimas ou não terão nosso voto”.

Em relação ao fator previdenciário, também é taxativo: “Foi o maior crime contra a classe trabalhadora , depois da ditadura, foi aprovado o seu fim no Senado, há cinco anos, e o projeto está engavetado na Câmara dos Deputados”, criticou Paim. O mesmo acontece com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) sobre a redução de jornada sem redução salarial.  “Nunca houve momento tão propício, afinal, vai gerar algo em torno de 3 milhões de novos empregos, diminuir número de acidentes, aumentar a arrecadação da Previdência e a produtividade”, disse. Paulo Paim também á favorável à contribuição assistencial e ao imposto sindical. “Se o Sistema ‘S’ é compulsório, a OAB tem que pagar religiosamente, os partidos políticos têm arrecadação compulsória, e o dinheiro sai da população brasileira, por que a manutenção do movimento sindical não pode ser responsabilidade de todos os trabalhadores?”, questionou o senador, reforçando: “Não sou contra o imposto sindical, que sirva de instrumento de luta dos líderes sindicais”, defendeu. Paulo Paim analisa que “o desmonte do movimento sindical serve apenas aos interesses da elite deste país, que não quer o movimento forte, que signifique melhoria nas condições de trabalho, melhor salário, redução da jornada de trabalho”. O senador gaúcho recebeu das mãos do presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini, uma placa alusiva aos 60 anos da Fetiesc e o exemplar do livro “Sessenta anos de história: organização e trajetória do movimento sindical operário de Santa Catarina”, de autoria do professor-historiador Reinaldo de Lima Reis Jr.

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