Desde o mês de julho, foram assinadas 11 Convenções Coletivas de Trabalho (CCT) na base da Fetiesc. Com database em julho, a categoria do vestuário de Ilhota fechou sua negociação. Das negociações que tem o mês de agosto como database, fecharam a CCT a categoria dos químicos que negociam de forma unificada (Biguaçu, Jaraguá do Sul, Rio Negrinho, Três Barras, Brusque e Fetiesc). Com database em setembro, fecharam as respectivas convenções coletivas de trabalho os sindicatos dos trabalhadores da categoria das malharias de Joinville, dos vestuaristas de Rio do Sul e dos têxteis de São Bento do Sul. Seguem em negociação os sindicatos do vestuário de Lages e “inorganizados” da Fetiesc (database agosto); têxteis de Blumenau e vestuaristas de Brusque (database setembro); e todos os demais com database em outubro. Segue quadro com situação das negociações.
Categoria |
Região |
Database |
Situação |
Vestuário |
Ilhota |
Julho |
Concluída |
Químicos |
Biguaçú |
Agosto |
Concluída |
Químicos |
Jaraguá do Sul |
Agosto |
Concluída |
Químicos |
Fetiesc |
Agosto |
Concluída |
Químicos |
Rio Negrinho |
Agosto |
Concluída |
Químicos |
Três Barras |
Agosto |
Concluída |
Químicos |
Brusque |
Agosto |
Concluída |
Fetiesc |
Inorganizados |
Agosto |
Em andamento |
Vestuário |
Florianópolis |
Agosto |
Concluída |
Vestuário |
Lages |
Agosto |
Em andamento |
Têxtil |
Blumenau |
Setembro |
Em andamento |
Vestuário |
Brusque |
Setembro |
Em andamento |
Malharias |
Joinville |
Setembro |
Concluída |
Vestuário |
Rio do Sul |
Setembro |
Concluída |
Têxtil |
São Bento do Sul |
Setembro |
Concluída |
Fiação |
Florianópolis |
Outubro |
Em andamento |
Vestuário |
Blumenau |
Outubro |
Em andamento |
Vestuário |
Gaspar |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Correia Pinto |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Jaraguá do Sul |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Lages |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Otacílio Costa |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Rio Negrinho |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Timbó |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Três Barras |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Fetiesc |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Campos Novos |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Joaçaba |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Fraiburgo |
Outubro |
Em andamento |
Papel |
Blumenau |
Outubro |
Em andamento |
Fonte: Dieese – Subseção na Fetiesc.
Considerando a média ponderada das negociações concluídas, tem-se um reajuste nominal de 7,93% para um INPC de 6,35%, o que resulta em um ganho real de 1,49% nos reajustes salariais. O menor reajuste real foi de 0,77%; o maior foi de 2,29%; e o mais frequente foi de 1,52%. Ou seja, em todas as negociações houveram ganhos reais nos salários dos trabalhadores, a exemplo do que ocorreu no primeiro semestre.
Com relação aos valores negociados dos pisos salariais, a média ponderada foi de 937,00 reais. O valor mais frequente nas negociações do piso foi também o maior, 1.001,00 reais. O menor valor do piso nessas negociações acompanhou o valor do piso estadual (793,00 reais) a ser reajustado em janeiro do próximo ano.
Assim, as negociações do segundo semestre vem apresentando maior ganho real para os trabalhadores. Cabe mencionar que, em algumas negociações, foram inseridas e excluídas cláusulas sociais, atendendo os interesses dos trabalhadores. Esses melhores resultados nos salários e pisos, estão alinhados com as perspectivas que projetávamos para esse período. Os ganhos reais foram menores no primeiro semestre em função da inflação mais elevada. Com a inflação em trajetória de queda no segundo semestre, mantidas as taxas nominais (cheias) negociadas no primeiro semestre, têm-se maior ganho real. Esse processo, está claro, não ocorre automaticamente. Tanto as negociações do primeiro semestre, quanto as que acontecem no segundo semestre, demandam muito trabalho e paciência por parte de quem negocia.
Os resultados dos indicadores conjunturais do primeiro semestre da economia brasileira, em geral, e também da indústria catarinense, em específico, estão proporcionando um melhor ambiente para as negociações no segundo semestre desse ano. O PIB em 2013 tem crescido a um patamar três vezes superior à taxa do ano passado. Os investimentos estão crescendo nesse ano e já compensaram a retração registrada em 2012.
A indústria catarinense segue gerando novas vagas, ampliando o saldo de empregos. Os preços dos produtos dos diferentes setores que compõem a indústria catarinense, e cujas categorias de trabalhadores compõem a base da Fetiesc, tem tido um reajuste maior do que o INPC. As empresas têm conseguido ampliar o faturamento real (resultado das vendas), a despeito das dificuldades sempre expostas nas mesas de negociações com relação à concorrentes do exterior. A queda do desemprego, somada a expansão dos ganhos reais dos trabalhadores, têm contribuído para esses resultados positivos relativos ao mercado doméstico (ampliação da demanda).
Enfim, os fundamentos econômicos indicam a possibilidade de as negociações continuarem avançando em ganhos reais para os trabalhadores, sem prejuízo para as empresas (manutenção da margem sobre produto decorrente de maiores preços e expansão das vendas). Caberá aos trabalhadores conseguirem bons processos de negociação para romper a intransigência ainda persistente em alguns setores patronais. A participação das atividades organizativas dos sindicatos é fundamental, nesse sentido.