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Centrais sindicais vão às ruas por direitos e empregos

As centrais sindicais — CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB — realizarão, no dia 28 janeiro, o Dia Nacional de Luta por Direitos e pelo Emprego, uma série de manifestações contra o que consideram um desrespeito — e uma traição — por parte do governo contra a classe trabalhadora: a mudança de regras, e a consequente retirada de direitos trabalhistas e previdenciários, por meio das medidas provisórias 664 (pensão por morte e auxílio-doença) e 665 (seguro-desemprego, abono salarial e seguro-defeso), anunciadas no final do ano.

As entidades sindicais e os trabalhadores exigem a revogação das medidas provisórias anunciadas no final de 2014 pelo governo.

As manifestações, que contarão com a participação de milhares de trabalhadores, acontecerão por todo o País.

Unanimidade

“A revogação das MPs é uma exigência dos trabalhadores e do movimento sindical. É uma afronta, as medidas terem sido anunciadas logo após a presidenta Dilma ter se comprometido, publicamente, a voltar a abrir um canal de diálogo com as centrais, através de reuniões periódicas, e não permitir a retirada de qualquer direito trabalhista que fosse. Nem que ‘a vaca tossisse’”, afirmou ela.

“Mas, infelizmente, não foi nada disto o que aconteceu, e o resultado está aí: a continuidade da inflexível e equivocada política do governo federal e os trabalhadores e o movimento sindical de volta às ruas contra mais este disparate governamental. E tudo acontecendo sem nem sequer uma consulta ou uma discussão prévia com os representantes dos trabalhadores”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

“E a justificativa de ‘corrigir distorções e fraudes’ para justificar o anúncio das referidas MPs, e o consequente prejuízo imposto a milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, principalmente aos mais jovens, que mudam de emprego com frequência maior até se estabelecerem no mercado de trabalho, não será capaz de resolver o problema de alocação de mão de obra no País (segundo estudiosos, o tempo médio de permanência no trabalho no Brasil, de forma geral, é de três anos)”, criticou torres.

“Por unanimidade, as centrais consideram as medidas anunciadas um retrocesso porque criam dificuldades para o trabalhador. O movimento sindical vai exercer a pressão sobre o governo para que dê continuidade ao ciclo mudancista, pois esse é o projeto político que nós apoiamos e que saiu vencedor na batalha eleitoral”, ressaltou Adilson Araújo, presidente da CTB.

O diretor nacional de Organização Sindical da Nova Central, Geraldo Ramthun, disse que no afã de combater distorções e fraudes, o governo cometeu uma falha grave que prejudica os trabalhadores (as), principalmente por “tolher” direitos adquiridos e afirmou que os representantes dos trabalhadores não defendem quem praticam irregularidades.

“A melhor forma de se combater eventuais distorções que ocorrerem no sistema previdenciário brasileiro, seria coibir a prática, sem limites, da rotatividade de mão de obra nas empresas e também acabar com a terceirização de serviços, isso sim é que aumenta a procura na seguridade social do país”, afirmou Ramthun.

O presidente da UGT, Ricardo Patah cobrou medidas urgentes do governo federal para que as empresas beneficiadas com as desonerações da folha de pagamento ofereçam contrapartidas favoráveis aos trabalhadores, como a manutenção do emprego e o fim da rotatividade do trabalho, “um verdadeiro crime contra o trabalhador”.

“A realidade brasileira de alta rotatividade não é desejo dos trabalhadores, que são demitidos e ainda punidos. E isso atinge principalmente o setor que mais precisa, o de mão de obra pouco especializada e mais jovem”, chamou a atenção a presidenta em exercício da CUT, Carmen Foro.

(Com centrais sindicais)

Fonte: Diap – Copilado de Informativo CNTI de 26.02.2015

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