Nesta quinta-feira (07.05) a Fetiesc (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina) em parceria com a CNTI (Confederação dos Trabalhadores na Indústria) promoveram um Debate Estadual sobre as consequências da terceirização sobre a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. O Projeto de Lei 4330/04, foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado Federal com a numeração PLC 30/2015.
A cerca de 10 anos a Fetiesc vem promovendo debates, palestras, seminários e diálogos com a sociedade, as lideranças sindicais e os parlamentares (estaduais e federais) sobre diversos projetos de interesse dos trabalhadores (as). A terceirização tem se tornado tema corrente na agenda da entidade e no posicionamento de seus dirigentes. Agora nossas ações voltam-se contra a votação do PLC 30/2015, no senado federal.
Porém, temos que ter clareza de que “o jogo político é duro e cruel, pois, a correlação de forças entre os trabalhadores e empresários, no Congresso Nacional é desigual. Os representantes dos trabalhadores são minoria no parlamento. Ou seja, enquanto nós andamos com “carrinho 1.0”, os empresários andam de “jatinho”.
O debate teve a presença do Jornalista, Analista Político e Assessor Parlamentar do DIAP – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar Marcos Verlaine que alerta ‘’se o PLC 30/2015 for aprovado este ano, entre 5 a 10 anos teremos 50 milhões de trabalhadores terceirizados . Hoje são 12 milhões de terceirizados em uma população de 70 milhões de trabalhadores ativos.’’
O palestrante ainda comenta que os dirigentes sindicais tem que atuar na política, por que se não participarem cria-se um vácuo, permitindo que os patrões ocupem os espaços. Isso é tão verdade que o Parlamento Nacional é o exemplo disso, é o Congresso mais conservador de todos os tempos e se a agenda do movimento sindical não for colocada na ordem do dia será esquecida e patrolada.
Por isso, temos que priorizar esta pauta e elaborarmos a “Carta da Fetiesc” contra a Terceirização, estabelecendo um debate direto com os senadores de Santa Catarina e do Brasil, levando as informações para os trabalhadores da base.
O presidente da Fetiesc, Idemar Antonio Martini lembra que ‘’hoje temos que fazer uma reflexão profunda e séria sobre a terceirização. Precisamos entender a abrangência e os reflexos do PL 4330 na vida dos trabalhadores, propondo um debate rico de argumentos e dados, pois os números não mentem e sabemos que este projeto é totalmente prejudicial aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”, destaca.
Alguns dados apresentados pelo Assessor Parlamentar do DIAP demonstram o quanto o projeto é prejudicial aos trabalhadores terceirizados que sofrem diretamente com a precarização, correm mais riscos de morrer ou sofrer acidente no local de trabalho, como por exemplo no setor de acabamento de obras na construção civil, que a cada 20 óbitos, 18 são de trabalhadores terceirizados. E dá um exemplo da Petrobrás onde 84% dos acidentes de trabalho são com trabalhadores terceirizados. Existem hoje uma defasagem de 3 mil auditores fiscais, quem irá fiscalizar os trabalhadores terceirizados? Somente a união do movimento sindical dos trabalhadores e da sociedade é que podemos construir os caminhos do futuro que queremos.