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EVENTO: A reindustrialização no Brasil é tema de debate entre líderes sindicais

A FETIESC esteve representada no evento e condenou a manutenção das altas taxas de juros que entravam o desenvolvimento da nação

O Secretário Geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), Ednaldo Pedro Antonio, representou a entidade no evento promovido na manhã desta quarta-feira (02/08) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE-SC), o qual colocou em debate o desafio da reindustrialização no Brasil, conduzido pelo economista Marco Antonio Pereira, da subseção do SINDSEP/SP. 

Com o prestígio de várias lideranças sindicais laborais, Pereira fez uma retrospectiva das décadas de enfraquecimento da indústria brasileira, além do desmonte dos incentivos à agricultura familiar e de outras políticas de Estado promovidas pelos últimos governos de Temer e Bolsonaro. 

Por sua vez, Ednaldo Pedro Antonio destacou a importância de se debater sobre a política de reindustrialização do país, proposta pelo novo mandato do Presidente Lula. Conforme ele, por falta de políticas governamentais, a indústria brasileira ficou desestimulada a novos investimentos, sendo que atualmente o mercado financeiro é muito mais atrativo do que manter a indústria, pois garante mais lucratividade. 

Outra preocupação destacada por Ednaldo é em relação à política de Micro Empreendedor Individual (MEI) que cada vez mais vem sendo aplicada no setor industrial. “Isso será um desastre e o sindicato tem que pensar urgentemente como combater essa tendência, isso porque haverá de precarizar ainda mais o emprego no setor industrial”, alerta o sindicalista. 

Ednaldo também fez críticas às altas taxas de juros, as quais, conforme ele, comprometem os investimentos na reindustrialização brasileira; e também destacou a importância de o movimento sindical ser fortalecido e debater esses aspectos com lideranças políticas de modo que se possa garantir a proteção dos direitos da classe trabalhadora.

Dentre os debatedores que estiveram presentes no evento esteve o professor Renato Dagnino, da Universidade de Campinas, o qual analisou que a desindustrialização brasileira é uma opção de uma pequena classe proprietária privilegiada, a qual mantém os trabalhadores com salários miseráveis. Conforme ele, “A reindustrialização não pode estar voltada apenas para beneficiar a classe proprietária que está acostumada a explorar a mais valia absoluta e não a mais valia relativa”. 

Diante desse entendimento, Dagnino criticou aquilo que chama de ‘mito do capitalismo’, por meio do qual se pensa que só existe indústria na economia privada e por meio do que se haverá de gastar muito dinheiro para reconstruir a indústria nacional. Para tanto ele propõe a reconstrução da indústria nacional por meio de investimentos públicos na economia solidária, ou seja, para ele “O governo deve alocar no incentivo à economia solidária pelo menos 0,5% do PIB, que é o que se alocou no Bolsa Família; isso porque a economia solidária está nascendo a partir de uma nova estratégia de desenvolvimento do país. A reindustrialização solidária deve entrar na agenda política do atual governo”,  finaliza.

 

Imprensa Fetiesc

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