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JUROS: Economistas avaliam que Banco Central é o Cavalo de Tróia do Governo Lula

O movimento sindical se une em um grande movimento nacional para condenar as atrocidades cometidas pelo presidente do banco, herança do desgoverno de Bolsonaro

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Um seminário promovido pela Escola DIEESE de Ciências do Trabalho sobre o “Plano Real 30 anos: o que mudou para os trabalhadores?” colocou em discussão, na manhã desta terça-feira (30/07), os impactos e desafios da economia atual brasileira, sobretudo o que tange às altas taxas de juros aplicadas pelo Comitê Monetário e a atual estrutura do Banco Central. 

Conduzido pela professora Adriana Marcolino, da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, o evento teve como debatedores os economistas André Lara Resende (PUC-Rio); Antônio Prado (Unicamp) e Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp) e foi um pontapé inicial para uma série de ações que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (DIEESE) deve promover e participar ao longo de todo o mês de agosto, contrário à postura do Banco Central brasileiro. A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), esteve representada pelo seu Secretário-geral, Ednaldo Pedro Antonio.

Na ocasião, o economista André Lara Resende, da PUC-Rio, fez uma retrospectiva da gênese do Plano Real, o qual surgiu para combater a inflação crônica que assolava o país; no entanto, devido ao fracasso dos planos anteriores e já nascendo com taxas de juros muito alta gerou desconfiança que daria certo.

Uma vez conquistada a confiança do Plano Real, se manteve os juros altos até os dias atuais, em que a dívida pública consome aproximadamente 75% do Produto Interno Bruto (PIB), o que gera um custo de dívida pública na margem dos 11%.

“A maior parcela de toda a receita brasileira é a serviço da dívida e quem define isso é o Banco Central, uma vez que a taxa básica é o determinante do custo da dívida e quem faz o preço da dívida são os agentes do mercado financeiro”, denunciou o economista ao considerar que enquanto o Banco Central mantém a taxa de juros real em 10,5%, acaba por colapsar os investimentos públicos, 

Conforme Lara Resende, o resultado pós-real foi muito decepcionante, sendo que o Brasil continua com os problemas de pobreza, crescimento medíocre considerando que o PIB nacional apenas dobrou em 30 anos, período também em que não fomos capazes de reduzir as nossas diferenças, uma vez que as áreas importantes do Governo estão entregues aos tecnocratas e as demais às forças do patrimonialismo e do corporativismo, sendo essa uma fórmula medíocre é mortal.

“Na comemoração do real temos dois fenômenos: vamos comemorar uma vitória do passado para não discutir a mediocridade que estamos atolados no presente e as incertezas do futuro”, desabafou.

Por sua vez, o professor Antônio Prado (Unicamp), considerou a transformação do Banco Central em empresa pública em um absurdo. Para ele, essa estratégia dos governo anteriores se constitui em um cerco de tróia com o cavalo bem posicionado dentro do Governo Lula, que na verdade acaba restringindo o que se pode fazer.

“Sem coordenação política monetária com política fiscal a coisa não anda, e sem a coordenação dessas duas com a política industrial, a política industrial não vai pra lugar nenhum”, considerou ele ao dizer que é “Preciso reagir, nos movimentar! Manifestar incômodo com esse tipo de  cerco”. 

Contribuindo com o debate, o professor Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp), ratificou a ideia de que o mercado está fazendo um cerco de tróia no Governo Lula e por isso vê a baixa dos juros como fundamental para o crescimento sustentável, com a inclusão do povo trabalhador na economia para além da mera subsistência. Conforme ele, a atual taxa de juros

“é um entrave para o setor produtivo e para a indústria, para a geração de empregos decentes e para o consumo”. 

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Imprensa Fetiesc

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