A FETIESC, pioneira na luta por igualdade de gênero, foi a primeira federação brasileira a estabelecer o Departamento da Mulher Trabalhadora em 1996, permanecendo na vanguarda do empoderamento feminino no setor industrial.
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No dia 23 de outubro, a sede da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC) foi palco de uma roda de conversas emocionante e inspiradora. O encontro reuniu mulheres trabalhadoras com o propósito de avaliar o legado do Departamento da Mulher e planejar as próximas ações de luta e empoderamento feminino.
A reunião foi marcada por testemunhos e histórias de transformação. Vivian Kreutzfeld, do Sintrafite Blumenau, compartilhou sua trajetória de engajamento político, que começou em 2001. Na época, a falta de recursos não impediu sua participação nos eventos da FETIESC. “Não tinha automóvel, mas mesmo assim a gente pegava o ônibus e vinha participar das atividades da FETIESC”, relembra Vivian, destacando sua dedicação e a importância dos momentos de formação e troca.
Vivian também abordou os desafios enfrentados na época para inserir as mulheres na política sindical. “Em 2002, assumimos a direção do sindicato, mas não tínhamos prática política nenhuma para as mulheres”, disse ela. Foi um período de construção, com a introdução de cursos e debates sobre direitos das mulheres e violência, buscando promover a mudança necessária. “Os encontros eram sempre de alegria, amizade, troca de ideias, era uma alegria constante”, recorda.
Um dos momentos mais marcantes para Vivian foi a transformação de uma mulher trabalhadora que, após participar dos encontros, conseguiu se empoderar e enfrentar a violência doméstica. “Uma das coisas que nunca vou esquecer é essa questão das mulheres se empoderarem, não ser mais mandadas pelos maridos em casa”, afirmou, ao lembrar de um caso em que a mulher apanhava e tinha a cabeça colocada dentro do bacio para não deixar marcas.
Outro exemplo de mudança foi o de uma trabalhadora de mais de 50 anos que, após os encontros, passou a exigir que seu marido contribuísse com os afazeres domésticos e decidiu voltar a estudar. Essas histórias ilustram o poder de transformação do Departamento da Mulher, que também foi destacado por Stephania Furlani, dirigente sindical de Indaial. Ela mencionou a importância da Secretaria da Mulher como um espaço de reflexão e empoderamento, capaz de modificar a vida das pessoas.
Maria Helena Aguiar, do sindicato dos trabalhadores químicos de Criciúma, também compartilhou sua experiência. Ela, que começou a participar dos encontros enquanto ainda trabalhava no chão de fábrica, reconheceu a importância desses momentos para aprender a se impor e ter coragem. “Como mulher negra do chão de fábrica, nunca imaginei que hoje estaria no departamento da mulher. Aqui aprendi muita coisa e só agradeço”, finalizou Maria Helena.
O encontro na FETIESC serviu não apenas para celebrar as conquistas do Departamento da Mulher, mas também para fortalecer a luta pelos direitos e pelo empoderamento das mulheres trabalhadoras de Santa Catarina.
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