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OPINIÃO: Feriado pelo Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra exige atitude 

Juntos, podemos construir um futuro onde a cor da pele não determine as oportunidades e o sucesso de um indivíduo!

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Idemar Antonio Martini

Presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC)

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, marca um momento histórico e de profunda reflexão para o povo brasileiro. Este feriado, instituído após séculos de lutas e resistência, não deve ser encarado como um simples dia de descanso, mas sim como um convite à reflexão e à ação contra o racismo estrutural que persiste em nossa sociedade.

A assinatura do decreto presidencial pelo presidente Lula, no final de 2023, que estendeu o feriado a todo o país, foi um passo significativo. Este ato reconhece a importância da memória de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da luta contra a escravização e a opressão. Contudo, a oficialização do feriado, em 2011 pela então presidenta Dilma Rousseff, já havia estabelecido o 20 de novembro como um dia de lembrança e consciência.

Não podemos nos esquivar da realidade que os noticiários diariamente nos mostram: a população negra e pobre do Brasil é submetida a horrores que clamam por nossa atenção e ação. No campo do trabalho, as disparidades são evidentes. Além dos casos de trabalho análogo à escravidão, que infelizmente persistem, enfrentamos um ambiente corporativo impregnado de racismo.

Dados recentes divulgados pelo portal Vagas revelam uma triste realidade: independentemente do nível do cargo, trabalhadores brancos recebem salários superiores aos de trabalhadores pretos e pardos. Este preconceito estrutural é um reflexo do racismo que permeia o ambiente de trabalho, mantendo uma segregação ocupacional onde níveis operacionais são predominantemente ocupados por pessoas negras, enquanto posições de gerência e diretoria são majoritariamente ocupadas por pessoas brancas.

Neste contexto, é imperativo que o movimento sindical e a classe trabalhadora se posicionem ativamente contra esta exclusão racial. A FETIESC recomenda vivamente que todos os sindicatos filiados reconheçam a importância desta data, utilizando-a como um momento de reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e promovendo um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso.

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é mais do que um novo feriado no calendário; é um chamado à ação. Não podemos nos permitir a demagogia; é hora de atitudes concretas para combater o racismo e promover a igualdade racial em todos os aspectos da vida, especialmente no ambiente de trabalho. Juntos, podemos construir um futuro onde a cor da pele não determine as oportunidades e o sucesso de um indivíduo!

Temos o dever social e moral de compensar os mais de 300 anos de escravidão no Brasil e as ações devem se estender pelo ano todo, em todo os ambientes!

Imprensa Fetiesc

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