O presidente da FETIESC, Idemar Antonio Martini, avalia esses números com certa preocupação
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Segundo dados divulgados pela Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc), o Estado de Santa Catarina teve 250.524 novas empresas abertas em 2024. O número representa um aumento de 11,9% em comparação com o ano anterior, quando houve a criação de 223.868 novas empresas.
Proporcionalmente, quase três em cada quatro novas empresas são do tipo microempreendedores individuais (MEIs), grupo que responde por 185 mil novos registros.
No total, 139.556 mulheres estiveram à frente das novas empresas, número que corresponde a um aumento de 5,9% em relação a 2023. Outro destaque foi o envolvimento dos jovens: a faixa etária entre 31 e 40 anos concentrou o maior número de novos empreendedores, somando 104.644 registros, conforme os dados da Jucesc.
Com as empresas criadas no último ano, o total de empresas ativas em Santa Catarina chegou a 1,4 milhão em janeiro de 2025. Já o total de fechamento de empresas registrado no Estado foi de 127.366. Com isso, o Estado teve um saldo positivo de 123.158 Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas (CNPJs).
Apesar do otimismo em torno desses números, o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), Idemar Antonio Martini, expressa preocupação com o fenômeno. Para Martini, o aumento no número de MEIs é um indicativo de um processo de “pejotização” – a transformação de empregados em prestadores de serviços por meio de empresas individuais – que pode levar à precarização do trabalho, um efeito colateral da Reforma Trabalhista e da ascensão do neoliberalismo.
Martini argumenta que essa transição para o empreendedorismo, embora possa parecer positiva, pode estar incentivando trabalhadores a abdicarem de direitos e proteções trabalhistas em troca da ilusão de autonomia empresarial. “Mulheres e jovens estão sendo seduzidos pelo sonho do empreendedorismo, mas é crucial que não percamos de vista o valor das relações de trabalho protegidas e justas”, alerta.
O líder sindical também critica a ideologia neoliberal por promover um modelo individualista, onde as aspirações coletivas e a solidariedade entre os trabalhadores são enfraquecidas em favor da competitividade e da individualização. “O neoliberalismo nega a existência de uma sociedade de classes e isso se reflete na forma como os trabalhadores são encorajados a competirem uns contra os outros, e não como uma coletividade que coopera para a busca do bem-estar comum”, afirma Martini.
A FETIESC, sob a liderança de Martini, defende uma reflexão profunda sobre as implicações sociais e trabalhistas desse boom empreendedor. Enquanto o estado celebra a robustez de sua atividade empresarial, a federação ressalta a importância de equilibrar o crescimento econômico com a manutenção dos direitos dos trabalhadores, garantindo que o desenvolvimento não se dê à custa da segurança e dos benefícios trabalhistas.
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