As diretorias dos sindicatos ao final desta nota relacionados, que representam mais de 70 mil trabalhadores de Criciúma e região, tornam público sua indignação, revolta e, sobretudo, preocupação em relação às ações da Polícia Militar de Santa Catarina em enfretamentos que começaram a tornar freqüentes durante mobilização de trabalhadores organizados em busca de salários e condições dignas e seguras de trabalho.
Não apenas em Criciúma e região, mas também em outras regiões do Estado, o que se verifica é a força policial militar estadual agindo em desrespeito à Constituição Federal. A PM catarinense, explicitamente, tem deixado de cumprir o artigo 144, parágrafo 5o da Carta Magna brasileira, que preceitua “às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública”.
Nas mobilizações dos trabalhadores, desde o ano passado, a Polícia Militar de Santa Catarina tem agido, única e exclusivamente, para defender os interesses da classe patronal e tratando os trabalhadores como criminosos ou terrorista.
Para defender os patrões, denunciamos, utilizam até instrumentos proibidos por lei, como “soco inglês”, e empregam, de forma vil e covarde, gás de pimenta, projéteis de borracha e chegam a sacar armas de fogo carregadas contra trabalhadores desarmados.
Todo esse aparato é ostentado por dezenas de policiais e viaturas, mobilizando efetivos que faltam no cotidiano para defesa e segurança pública, até mesmo, aos trabalhadores de forma geral.
Para policiamento de áreas de consumo de tráfico e drogas, motores da criminalidade, falta efetivo, mais para pressionar, intimidar e até agredir trabalhadores, sobram policiais militares.
Os trabalhadores signatários deste manifesto reafirmam suas crenças e confiança nos poderes constituídos, na democracia e no estado democrático de direito vigentes no Brasil e, principalmente, embrasados nos direitos constitucionais e legais, já estão tomando os devidos encaminhamentos jurídicos.
Da mesma forma, reafirmamos nossa disposição de continuar lutando por condições e salários dignos aos trabalhadores que representamos, certos que ainda resta muito a nos ser pago por esses mais de 500 anos de dominação do capital sobre o trabalho em nosso país.
É lamentável que em mais um 1o de maio, Dia do Trabalhador, temos que registrar que em Santa Catarina, a luta dos trabalhadores ainda é tratada como caso de polícia.
Não sucumbimos, no passado, às botas da ditadura militar e não nos curvaremos a força policial despreparada e sem noção, sequer, de suas funções constitucional e social.
Sindicato dos Servidores Municipais de Criciúma, Cocal do Sul, Nova Veneza, Siderópolis, Treviso, Urussanga, Forquilhinha e Içara; Bancários de Criciúma; Comerciários de Criciúma; Trabalhadores das Indústrias de Alimentação, Plásticos, Químicos e Farmacêuticos, Ceramistas, da Construção Civil, do Fibrocimento e do Mobiliário, Metalúrgicos, Mecânicos e do Material Elétrico, da Saúde, dos Postos de Combustíveis, dos Motoristas de Araranguá e dos Mineiros de Criciúma, Siderópolis e Treviso.