Nos dias 02 a 04 de março, acontece na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fetiesc), em Itapema, o curso de formação sindical sobre turnos de trabalho e negociação coletiva do trabalho. O curso é resultado do planejamento de formação sindical da entidade que visa sanar dúvidas dos dirigentes sindicais e trabalhadores, em relação às diversas interpretações das leis e tipos de turnos de trabalho.
A programação inclui ainda uma discussão sobre negociação coletiva de trabalho que aborda a atual conjuntura econômica, um panorama nacional das negociações, e quais os desafios do movimento sindical para o ano de 2016. Além disso, os sindicatos trocarão experiências sobre as negociações salariais e a realidade local dos trabalhadores. O Presidente da Fetiesc, Idemar Antonio Martini, reforça a importância de instruir os dirigentes sindicais “este é mais um curso de formação sindical da entidade, e com um tema que divide muitas opiniões e que ainda é pouco compreendido. Queremos que os dirigentes sindicais entendam como funciona a questão dos turnos de trabalho e o que é melhor para o trabalhador, sempre”.
O palestrante, Frederico Melo, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais traz a realidade de turnos de trabalho do estado em que reside. Segundo Frederico, o melhor turno de trabalho é das 8h às 18h com intervalo para o almoço, pois não há alteração do ciclo biológico. O economista comenta ainda que há uma grande discussão em torno dos turnos de trabalho e o quanto ele pode fazer mal aos trabalhadores, e faz um apontamento sobre o que alguns estudiosos dizem sobre o assunto, “estudos indicam que trabalhar no período noturno impacta mais a saúde dos trabalhadores. Sendo assim, existe a possibilidade de construir tabelas de revezamento de forma que o trabalhador tenha mais períodos matutinos e vespertinos de trabalho do que noturnos. Nesse sentido, o revezamento continua fazendo mal para o trabalhador, mas se trabalharem poucos dias à noite, e passarem pelos outros turnos, e terem folgas mais extensas, isso “compensa”, em parte, o desgaste do trabalho a noite”.
Estão presentes 26 sindicatos da base da Fetiesc, a Federação de Extração do Carvão do Sul do País RS, SC e PR (Fetiep) e sindicatos dos mineiros de Santa Catarina.