CRICIÚMA (19/06/2017) – Os patrões das empresas da indústria de descartáveis do sul do Estado não querem conceder aumento real aos seus trabalhadores e nem o abono anual, tradicional no setor há cerca de uma década pago em duas parcelas, só admitindo a transformação da conquista em “abono de férias”, quitado quando o trabalhador retornar de férias. Com este impasse terminou a rodada de negociações entre a classe patronal e a diretoria do sindicato da categoria, nesta tarde.
“Os patrões, mais uma vez, foram intransigentes e tentamos de todas as formas apresentar soluções para que os salários fossem valorizados e o abono mantido como de costume; eles chegaram com uma proposta pronta, não evoluíram e não resta outra alternativa senão o direito legítimo e derradeiro dos trabalhadores, que é a greve, que pode começar a qualquer momento”, explica Carlos de Cordes, o Dé, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas de Criciúma e Região.
O único avanço patronal foi “arredondar” o índice de inflação do período, informa Dé. A categoria, que conta com cerca de 4 mil trabalhadores em uma centena de empresas em toda região sul, tem data base em 1º de abril e a inflação do período é de 4,57%. Os patrões ofereceram reajuste de 4,60%. “Em uma categoria com piso salarial de R$ 1.329,91 não ter aumento real é inaceitável”, acrescenta Carlos de Cordes.
O outro segmento representado, o de trabalhadores do ramo de plásticos flexíveis (embalagens), que já requereu instauração de Dissídio Coletivo na Justiça do Trabalho, apresentou pedido para rodada de negociação nesta terça-feira (20), às 14h. “Na prática, com estes patrões nem negociamos e eles foram à justiça do trabalho e esperamos que tenham uma proposta para evitar a greve”, finaliza o presidente do Sindicato profissional.
Mais informações: Carlos de Cordes 9 9131-8448