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ALARMANTE: Trabalhadoras catarinenses recebem 41,66% a menos que os homens, aponta 1º Relatório de Transparência Salarial

Em nível nacional essa diferença é de 19,4%

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Nesta segunda-feira (25/03), os ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres revelaram o primeiro Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios. Este relatório compila dados fornecidos por 49.587 estabelecimentos com 100 ou mais funcionários, totalizando quase 17,7 milhões de postos de trabalho.

A divulgação desses dados cumpre as exigências da Lei nº 14.611, que trata da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens. Esta legislação foi sancionada pelo presidente Lula em julho do ano passado. Pela primeira vez, isso proporciona uma visão ampla da realidade salarial dos trabalhadores e trabalhadoras nas empresas, incluindo suas políticas de contratação e promoção sob a perspectiva de gênero.

Os dados revelam que, em média, as mulheres no Brasil recebem salários 19,4% inferiores aos dos homens. Esta disparidade salarial varia de acordo com os diferentes grupos ocupacionais. Por exemplo, em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença salarial chega a 25,2%.

Quando analisamos a questão racial, as mulheres negras enfrentam uma realidade ainda mais desafiadora. Elas representam uma parcela menor da força de trabalho, com 2.987.559 vínculos, correspondendo a 16,9% do total. Além disso, as mulheres negras têm os salários mais desiguais. Enquanto a remuneração média das mulheres negras é de R$ 3.040,89, equivalendo a 68% da média, os homens não negros recebem em média R$ 5.718,40 – 27,9% a mais do que a média salarial. As mulheres negras recebem apenas 66,7% do salário médio das mulheres não negras.

Dados do MTE, disponível em <https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMjNhY2IyN2UtMjllMy00MjQxLTg2YzYtNjcyYzk0YjE4MjQxIiwidCI6IjNlYzkyOTY5LTVhNTEtNGYxOC04YWM5LWVmOThmYmFmYTk3OCJ9> Acesso em 26 mar. 2024

SANTA CATARINA – O novo relatório sobre transparência salarial trouxe à tona números alarmantes em relação à disparidade de gênero e raça nas empresas catarinenses. Das 2.692 empresas no Estado com mais de 100 funcionários que prestaram informações, juntas empregam 915 mil trabalhadores. Destes, 57,36% são homens, enquanto as mulheres representam 42,64% da força de trabalho.

Entretanto, o que chama ainda mais atenção é a diferença salarial entre homens e mulheres. Enquanto a remuneração média das mulheres é de R$ 3.219,68, os homens recebem em média R$ 4.561,23. Isso representa uma discrepância de 41,66%, com as trabalhadoras ganhando em média R$ 1.341,55 a menos do que seus colegas masculinos. Essa disparidade é significativamente maior do que a média nacional, que é de 19,4%.

A análise por raça aprofunda ainda mais essa desigualdade. As mulheres negras enfrentam uma diferença salarial ainda mais acentuada. Enquanto as mulheres não negras têm uma remuneração média de R$ 3.357,62, as mulheres negras recebem em média apenas R$ 2.580,94, uma discrepância de 23%.

Essa distinção de remuneração por raça também se reflete nos homens. Os homens declarados como não negros têm uma remuneração média de R$ 4.787,73, enquanto os homens negros recebem em média R$ 3.598,15, uma diferença de 24,8%.

Porém, é importante ressaltar que a diferença entre as remunerações médias de trabalhadoras negras (R$ 2.580,94) e homens negros (R$ 3.598,15) também é menor, ficando em 28,27%.

Além disso, o relatório também aponta que a remuneração média dos trabalhadores e trabalhadoras catarinenses, com dados da RAIS 2022, é de R$ 3.989,80, uma cifra que supera em 19,30% a remuneração média das trabalhadoras.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), Idemar Antonio Martini, esses dados expõem as entranhas do Estado catarinense, mostrando a urgência de medidas para combater essa disparidade e promover a igualdade salarial. “Tanto a sociedade civil quanto o movimento sindical não poderão se calar e ficar omissos perante este quadro de justiça laboral. Essa luta tem que ganhar as ruas e mobilizar a todos. Igualdade salarial já!”, finaliza.

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