“Sem o grito dos jovens, jamais acordaremos os que dormem na indiferença”
(Miral Santos Pereira, jornalista)
Na tarde de sábado do dia 14 de dezembro, realizou-se no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Ceramistas de São Bento do Sul – SITICER, o 1º Encontro da Juventude Ceramista. O evento contou com a presença de artistas, músicos, lideranças sindicais e cerca de 50 jovens da categoria. A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina – FETIESC esteve presente através de seu presidente Idemar Antônio Martini, do secretário da Juventude Ednaldo Pedro Antônio e do professor e palestrante Sabino Bussanello.
A atividade intercalou momentos de estudos, debates e apresentações artísticas envolvendo toda a galera jovem e aprofundando temas como: o que significa ser jovem no mundo atual; o que a sociedade pensa e diz sobre a juventude; que desafios enfrentam os jovens no Brasil e no mundo; e, qual é a importância dos jovens participarem ativamente das lutas e ações sindicais.
Estima-se que existam cerca de 2 bilhões de jovens no mundo (entre 15 e 29 anos) e 87% deles estão vivendo nos países em desenvolvimento como China, Índia, África e países da América Latina. O Brasil tem cerca de 51 milhões de jovens entre 15 e 29 anos (26% da população), sendo o país com o maior número de jovens no Cone Sul (80%). Uma grande parcela da juventude vive na informalidade, com baixos salários e empregos precários. Ou seja, 40% dos jovens brasileiros sobrevivem com até meio salário mínimo e a cada dois desempregados do país um é jovem. Isto sem contar que 70% da juventude nem se quer chegou ao ensino médio. Um verdadeiro exército fora da escola e das políticas educacionais.
Para o presidente do sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras ceramistas – SITICER, Aroldo Schroeder, “a realização do 1º Encontro da Juventude teve como propósito reunir os jovens para debater problemas que afetam a realidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras do setor ceramista, bem como, buscar a participação dos jovens nas ações e atividades sindicais”, declara Schroeder.
Já para o secretário de juventude da Fetiesc, Ednaldo Pedro Antônio, “a criação da Secretaria da Juventude possibilitou dinamizar novos espaços de participação e envolvimento dos jovens no cotidiano da luta sindical, integrando, com isto, centenas e milhares de pessoas nos Encontros Estaduais da Juventude vinculados à Fetiesc e aos sindicatos filiados”.
Para o presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini, “não dá mais para aceitar que os jovens fiquem excluídos e marginalizados dos processos de organização sindical. Sindicato bom é aquele que abre espaços e integra a juventude nas atividades sindicais; que estimula a defesa de seus direitos; e, que acima de tudo, consegue mobilizar os jovens para os processos de transformações sociais”.
Realmente, nos últimos anos a Fetiesc tem assumido um papel de protagonista na organização e mobilização da juventude em setores da indústria catarinense. Através da Secretaria da Juventude várias atividades foram dinamizadas em prol dos direitos dos jovens trabalhadores. Ações estas que possibilitaram aos jovens refletirem e agirem sobre a realidade competitiva e desigual, que exclui e marginaliza boa parte dos jovens no Brasil; lutas no sentido de buscar superar os níveis de precariedade da condição juvenil; defesas de políticas públicas descentes como o direito à saúde, educação, qualificação profissional, informação, cultura, lazer e emprego digno para todos os jovens brasileiros. Os jovens precisam ter condições de igualdade e acesso irrestrito aos bens e riquezas produzidas em nosso país.
Neste sentido, precisamos empreender um grande Projeto Nacional que envolva a juventude em ações locais de desenvolvimento humano. Que garanta a mobilização permanente da juventude em defesa de suas principais bandeiras de luta. Nenhum jovem fora da escola! Nenhum jovem recebendo salário aviltante! Nenhum jovem sem trabalho! Nenhum jovem realizando trabalho precário! Nenhum jovem excluído e marginalizado! Nenhum jovem conformado com a dura realidade das coisas! Todos na escola e educação de qualidade! Todos trabalhando com dignidade! Todos recebendo salários decentes! Todos defendendo a implementação efetiva do Estatuto da Juventude (PL. nº 12.852/2013).
A juventude tem que ser a Agenda mais importante de qualquer país, tanto no sentido de pautar os principais desafios da realidade presente quanto no sentido de traçar o futuro de uma nação!
Já dizia o frade dominicano da utopia, “só revoluciona quem participa de corpo e alma das lutas do povo”. É por isso que jovem bom é jovem no comando do país. Jovens na direção do sindicato e dos movimentos sociais. Jovens fazendo história e engrandecendo as conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
Itapema, 15 de dezembro de 2013.
(*) Sabino Bussanello é professor e assessor da Fetiesc