Glaucia Fraccaro, historiadora e pesquisadora, esteve presente na FETIESC falando para aproximadamente 200 trabalhadoras
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No último sábado (09/03), o 22º Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora, promovido pela Secretaria da Mulher da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), contou com a presença marcante da historiadora e pesquisadora, Professora Glaucia Fraccaro. O evento reuniu mais de 200 trabalhadoras de diversas categorias e regiões do Estado, em Itapema (SC).
Na ocasião, a renomada historiadora compartilhou seus conhecimentos sobre os direitos das mulheres trabalhadoras e abordou temas relevantes como feminismo e a situação do trabalho no Brasil. Durante sua apresentação, destacou a complexidade da atual cadeia global de cuidados, englobando atividades como cuidado de crianças, idosos, serviços domésticos e de limpeza. Essa cadeia consome 7,5% da força de trabalho mundial, movimentando anualmente US$ 500 bilhões, perdendo apenas para a indústria do petróleo.
Glaucia enfatizou que as mulheres desempenham dois terços desses trabalhos de cuidado de forma não remunerada, incluindo tarefas como a limpeza da casa, cuidados com crianças e idosos, entre outras atividades. No Brasil, em 2022, pesquisas apontam que as mulheres dedicaram mais de 925 horas aos afazeres domésticos, correspondendo a cerca de 18 horas semanais, além das 44 horas de trabalho nas indústrias. Alarmante ainda é o fato de que 39,9% das mulheres ocupadas ganhavam até 1 salário mínimo nesse período.
Segundo a pesquisadora, essa sobrecarga de responsabilidades está causando uma série de doenças nas mulheres trabalhadoras, demandando uma atenção urgente. Ela ressaltou a importância de as mulheres se envolverem nas discussões sobre a economia dos cuidados, que em breve será lançada pelo Governo Federal.
Durante o evento, a Professora Glaucia também apresentou o projeto de extensão e pesquisa “Caminhos do Trabalho”, o qual coordena junto à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto tem como objetivo pesquisar o nexo entre doenças ou acidentes e a ocupação exercida, proporcionando acolhimento, orientação e produção acadêmica para reduzir a subnotificação desses agravos.
Ela explicou que o “Caminhos do Trabalho” oferece orientações e assistência semanalmente à população, reunindo dados e acionando acúmulo científico para estabelecer o nexo entre a doença ou acidente e a atividade laboral. Santa Catarina, segundo ela, supera a média nacional de incidência de acidentes laborais no mercado formal, sendo o quarto estado com maior número de notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Glaucia alertou para a subnotificação de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) e a inadequada recepção de benefícios previdenciários pelas trabalhadoras afetadas, evidenciando a necessidade de melhorias no sistema de reconhecimento e amparo às vítimas.
Os interessados em obter mais informações ou entrar em contato com o projeto “Caminhos do Trabalho” podem fazê-lo via WhatsApp, pelo número (48) 99180-7640. A iniciativa visa não apenas entender a relação entre trabalho e saúde, mas também contribuir para a construção de um ambiente laboral mais seguro e saudável para as trabalhadoras em Santa Catarina.
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