As políticas neoliberais de Milei contra a classe trabalhadora, agravadas pela expansão da miséria e pelo descontrole da inflação, inviabilizam o planejamento e organização do evento
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A crise econômica e política na Argentina levou à mudança do congresso da Federação das Entidades Sindicais de Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose, Papelão, Cortiça, e Artefatos de Papel do Mercosul (FESPAM) para o Brasil. Em uma videoconferência realizada nesta quarta-feira (20/03), líderes sindicais dos países membros decidiram transferir o evento para a sede da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), em Itapema, nos dias 21 e 22 de maio.
O congresso, que estava originalmente programado para acontecer em La Falda, província de Córdoba, foi transferido devido ao descontrole da inflação e às políticas neoliberais adotadas pelo presidente Javier Milei, que têm impactado negativamente a classe trabalhadora, tornando inviável tanto o planejamento quanto a realização do evento na Argentina.
Além do presidente da FETIESC, Idemar Antonio Martini, participaram desta reunião preparatória os representantes da Federación de Obreros, Papeleros, Cartoneros del Uruguay (FOPCU), Washington Cayaffa e Carlos Correa; uma equipe da Federación de Obreros y Empleados del Papel, Cartón y Químicos, liderados pelo presidente José Ramón Luque; e o presidente da Federação Papeleira SP/MS, Betinho Campos. Para o evento de maio também estão sendo esperados representantes do Chile e do Paraguai.
SOLIDARIEDADE – Durante a reunião, os dirigentes sindicais brasileiros e uruguaios expressaram solidariedade aos companheiros argentinos diante da difícil situação que estão enfrentando. Idemar Antonio Martini, presidente da FETIESC, afirmou que o sindicalismo brasileiro apoia os argentinos e que é necessário discutir formas de solidariedade durante o congresso.
O dia 24 de março é um marco na Argentina, pois marca o aniversário do golpe militar de 1976 e é designado como o Dia da Memória pela Verdade e Justiça. No próximo domingo, sindicatos e movimentos sociais argentinos, juntamente com Las Madres Plaza de Mayo, estão organizando um grande protesto contra as políticas econômicas e sociais do governo de extrema-direita, que é associado aos moldes do trumpismo e do bolsonarismo.
“A mudança do congresso para o Brasil representa não apenas uma adaptação logística, mas também um gesto de solidariedade e união entre os sindicatos dos países membros do Mercosul diante dos desafios enfrentados pela classe trabalhadora argentina”, explicou Martini.
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