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INTERSINDICAL: Dirigentes sindicais se reúnem em Itapema para discutir sobre a ‘Nova Indústria Brasil’

O evento foi coordenado pelo técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Álvaro Cardoso, e também contou com a participação da supervisora do Escritório Regional do Dieese em Santa Catarina, Crystiane Peres

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Lideranças sindicais de todo o Estado, representando diferentes categorias, estiveram reunidos nas manhã desta terça-feira (19/03), no auditório da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), em Itapema, para o estudo de aprofundamento do plano lançado recentemente pelo Governo Federal, denominado ‘Nova Indústria Brasil’ (NIB), a fim de avistar as estratégias para o desenvolvimento nacional até 2033. 

O evento foi coordenado pelo técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Álvaro Cardoso, que também contou com a participação da supervisora do Escritório Regional do Dieese em Santa Catarina, Crystiane Peres, que agradeceu à Fetiesc pela parceria para viabilizar eventos voltados ao movimento sindical neste momento estratégico. “O Dieese vem acompanhando toda a discussão sobre o desenvolvimento da indústria brasileira neste momento diferenciado e de decisão definitiva nos rumos do país em termos de política industrial: ou continuamos sendo um país agroexportador ou construímos um projeto de desenvolvimento baseado no resgate e fortalecimento da indústria nacional”, destacou. 

Por sua vez, o presidente da federação, Idemar Antonio Martini, destacou ser sempre uma honra receber os dirigentes sindicais para estudar e trocar informações e construir conhecimentos de modo a fortalecer o movimento sindical, de modo especial nestes tempos em que políticos da extrema-direita fazem de tudo para destruírem as organizações sindicais. “Lula corre o risco de sofrer um impeachment em mais um golpe tramado por essa gente. Neste momento nevrálgico, como lideranças sindicais, precisamos esquecer as vaidades pessoais e aglutinar o nosso povo e fazermos um amplo levante da massa trabalhadora contra os políticos entreguistas e anti trabalhistas que formam maioria no Congresso Nacional,” avaliou.

Por seu turno, ao apresentar uma análise do contexto econômico, José Álvaro Cardoso, destacou aos dirigentes sindicais que o desenvolvimento não é uma questão meramente técnica e sim de política-econômica e de decisão de soberania. Conforme ele, não existe nação desenvolvida sem indústria e, neste sentido, o projeto da ‘Nova Indústria Brasil (NIB)’ vem após um processo de tentativa de desmanche da economia, decorrente do golpe de 2016.

Sob esta perspectiva, Cardoso apresentou um diagnóstico da indústria brasileira, a qual, conforme ele, graças às políticas neoliberais das últimas três décadas, passa por uma progressiva e sistemática fragilização da atividade industrial, fruto da desnacionalização de cadeias produtivas, falta de investimentos em inovação e tecnologia e indústria direcionada para a baixa tecnologia, o que leva o país a ter uma alta dependência de importação de bens industriais de alta e média-alta tecnologia.

Para o Brasil a indústria de transformação, serviços industriais, de utilidade pública e construção civil, representa 26,3% do PIB (2022); 21,2% dos empregos formais (2021); 20,3% da massa salarial (2021) e responde por 69,3% das exportações de bens e serviços. No entanto, o técnico do Dieese lembra que o último plano que apresentou políticas industriais visando o desenvolvimento e o fortalecimento da indústria nacional foi apresentado em 2011, pela presidente Dilma Rousseff, o que faz com que atualmente a indústria brasileira esteja sofrendo uma reespecialização regressiva, ou seja padece pela desnacionalização de cadeias produtivas; aumento da importação de insumos; redução do valor de transformação industrial; regressão tecnológica e perda de conteúdo. 

Cardoso também destacou que além de o Brasil ser o país mais industrializado da América Latina, Santa Catarina é o Estado mais industrializado do país, em termos de densidade industrial, possuindo 7,1 indústrias para cada mil habitantes; seguido pelo Rio Grande do Sul (4,7) e Paraná (4,1). Além disso, destaca o efeito multiplicador da indústria, sendo que se estima que para cada R$ 1 produzido na indústria são gerados R$ 2,70 na economia, ou seja, há um efeito multiplicador na indústria, com pesquisa, qualificação da força de trabalho, processos de distribuição, comercialização, etc. Mesmo assim, desde 1999 o país vive um momento de estagnação em nível historicamente baixo e isso reflete na balança comercial da indústria de transformação, que desde 2012, acumula um déficit de US$ 490 bilhões, o que corresponde a R$ 2.395 trilhões ainda que em 2023, primeiro ano do terceiro mandato do governo Lula e os investimentos em políticas desenvolvimentistas, as exportações somaram US$ 339 bilhões; US$ 100 bilhões a mais do que o total de importações. 

NIB – Lançado em janeiro, o plano ‘Nova Indústria Brasil’ (NIB), deve investir R$ 300 bilhões de reais, nos próximos três anos, e se constitui como um catalisador do desenvolvimento nacional, intentando promover transformações econômicas e sociais significativas no país.

Os recursos serão aplicados com foco em ganhos de produtividade, incentivo a inovação, garantia da sustentabilidade e impulso às exportações.

O evento continua à tarde, com discussões acerca “A nova política industrial e o acordo comercial União Europeia Mercosul”, que será mediado pelo também técnico do Dieese, Adherbal Mineiro.

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