Idemar Antonio Martini – Presidente da FETIESC
Enquanto nos reunimos para celebrar a Páscoa neste domingo, 31 de março, também marcamos os 60 anos do golpe civil-militar que lançou o Brasil em um período sombrio de ditadura militar, que perdurou até 1985. Vale lembrar que o golpe de 1964 foi justificado pelos próprios perpetradores como uma medida preventiva contra a suposta ameaça de uma “República Sindicalista”.
Durante os anos de ditadura, testemunhamos uma série de atrocidades: dirigentes sindicais perseguidos, a proibição da organização de greves, o desmantelamento dos direitos trabalhistas garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a intervenção profunda nos sindicatos. Esses foram tempos de opressão e silenciamento, onde vidas foram perdidas e a liberdade foi cerceada.
O novo sindicalismo, surgido com uma postura radical e esquerdista, foi duramente combatido pelo regime ditatorial. No entanto, suas ideias e valores foram fundamentais para a reabertura política e o estabelecimento da democracia. Devemos reconhecer o papel dos nossos sindicatos na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Lamentavelmente, ainda hoje, é alarmante testemunhar uma parcela significativa da população clamando pela intervenção militar e pelo retorno ao comando do país. São falsos moralistas, alimentando-se da carniça do fascismo, disfarçados de nacionalismo. Não podemos permitir que a história se repita, nem que o passado sombrio retorne para assombrar nosso presente. Não esqueçamos que, recentemente, a tentativa golpista se repetiu com Bolsonaro e seu aparato.
Para evitar o retrocesso, combater a desinformação e falar a verdade é essencial. Devemos evitar que um novo golpe seja pensado em curto, médio ou longo prazo. É imperativo que reafirmemos: golpe nunca mais! Devemos aprender com os erros do passado e garantir que nossa democracia seja preservada e fortalecida. Jamais podemos permitir que a nostalgia pelo autoritarismo obscureça nossa visão do futuro.
Somente através do compromisso com os valores democráticos e da luta constante pela justiça social podemos construir um país verdadeiramente livre e democrático. Que esta data nos sirva como um lembrete de nossa responsabilidade de proteger e defender a democracia, resistindo a qualquer tentativa de retrocesso autoritário. A história ensina que sem memória não há futuro, sejamos corajosos e fortes para gritar: Golpe nunca mais! Tenha uma feliz e abençoada Páscoa.