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MOVIDA 2023: Deputada Luciane Carminatti se une ao MOVIDA em defesa da classe trabalhadora

A deputada destacou que a classe trabalhadora tem que se elucidar de que a maioria dos representantes políticos é composta pelos patrões e não pelos trabalhadore

A Deputada Estadual, Luciane Carminatti (PT-SC), palestrou na manhã desta sexta-feira (28/04), durante a realização do seminário sobre saúde e segurança da classe trabalhadora, promovido pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), o qual contou com a participação de uma centena de sindicalistas de todo o estado. 

Com muita sensibilidade, a deputada lançou o seu olhar de educadora sobre o problema que aflige e ameaça a saúde dos trabalhadores brasileiros, isso porque entende que “não existe saúde sem educação”. 

Na oportunidade a deputada denunciou a subnotificação de ocorrências de acidentes e mortes no ambiente laboral, principalmente no que tange à saúde mental dos trabalhadores. 

Destacou também que conforme os dados apresentados nesta semana pelo Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina o número de acidentes de trabalho são mais visíveis, mesmo que não correspondam com a realidade. No entanto, segundo ela, os trabalhadores acometidos por doenças ligadas à saúde mental, tornam-se invisibilizados, sendo que é muito mais difícil de se comprovar. 

Numa clara oposição à Reforma neoliberal Trabalhista de 2017, a deputada considera que a grande tarefa do Governo Lula é avançar em consonância com os movimentos sindicais, de modo a reparar os direitos dos trabalhadores, bem como de se reestabelecer políticas e fortalecer as instituições que se agregam nesse movimento em defesa da vida, saúde e segurança da classe trabalhadora (MOVIDA). 

“Santa Catarina é o quinto estado com maior número de acidentes de trabalho do país, somente em 2021 foram 38,6 mil registros, com 166 óbitos. 

Nos últimos dez anos, ao menos 50 mil pessoas podem ter  morrido em acidentes de trabalho no Brasil”, revelou Carminatti. 

Outro desafio do novo governo, conforme ela, é reverter o sucateamento das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tida por ela como uma condição básica para o bem-estar dos trabalhadores. “Em 2022 o INSS recebeu 2,3 milhões pedidos de afastamento por causa de doenças e acidentes de trabalho. 9 mil afastamentos por transtornos mentais e comportamentais. O total de auxílios-doença concedidos por depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais e comportamentais cresceu 3% e superou 200 mil novas concessões”, denunciou. 

Diante desses números a deputada destacou que a classe trabalhadora tem que se elucidar de que a maioria dos representantes políticos é composta pelos patrões e não pelos trabalhadores, nesta perspectiva, é que as transformações tão caras e necessárias para a classe trabalhadora são difíceis de ser conquistadas, mas não impossível. “É a partir da atitude de cada pessoa que transformamos uma cultura. Por isso acredito que o movimento de reduzir a sobrecarga sobre as mulheres faz parte da conscientização de toda sociedade para que tenhamos saúde para viver nossas histórias”, finalizou. 

SAÚDE DA TRABALHADORA – Na sua participação durante o evento que fez parte do Movimento em Defesa da Vida, Saúde e Segurança da Classe Trabalhadora Catarinense (MOVIDA), a deputada Luciane Carminatti apresentou dados por meio dos quais denuncia o sofrimento acentuado da trabalhadora, em decorrência do acúmulo de trabalho.

Conforme ela, em 2019, a mulher já dedicava, em média, 18,5 horas semanais a tarefas domésticas e cuidados com pessoas da família, crianças e idosos. Nessas mesmas atividades os homens dedicavam 10,3 horas semanais. 

Além disso, em Santa Catarina a diferença salarial entre homens e mulheres que ocupam a mesma função, chega a 24% e é a terceira maior entre os estados do Brasil. Apresentou o Projeto de Lei, empresas de serviços e obras terão que apresentar a lista dos empregados e provar que homens e mulheres na mesma função ganham o mesmo salário. Diante dessa realidade constatada, Carminatti apresentou o Projeto de Lei, o qual, caso aprovado, obrigará que as empresas de serviços e obras contratadas pelo Governo do Estado apresentem a lista dos empregados de modo a provarem que homens e mulheres da mesma função ganham o mesmo salário. 

“Neste dia também temos que discutir a qualidade de vida do trabalhador. Parece que temos que estar disponíveis à empresa e ao trabalho 24 horas por dia. Negamos o ócio e achamos que é perda de tempo. Pelo contrário, precisamos compreender que o ócio produz muita criatividade, por isso defendo que o trabalhador também tem que ter o seu próprio tempo: isso é qualidade de vida”, finaliza.

Imprensa Fetiesc

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