O palestrante também propôs um movimento estadual para a criação das Comissões Internas de Saúde do Servidor Público (CISSP) em todos os municípios catarinenses
No Dia Mundial de Segurança no Trabalho, celebrado nesta sexta-feira (28/04), o médico trabalhista, Roberto Ruiz, ministrou palestra às lideranças sindicais de todo o Estado de Santa Catarina, que estiveram reunidos no evento organizado pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC).
Na oportunidade, Ruiz – que acumula décadas de história profissional ligado ao sindicalismo brasileiro – destacou que o fundamental para qualquer sindicato prevenir acidentes e mortes no ambiente de trabalho é saber que eles só acontecem onde há risco.
Logo, segundo ele, é preciso que as lideranças sindicais ajam de modo a minimizarem os riscos a que os trabalhadores estão submetidos e para isso devem estar dentro das indústrias de modo que possam identificar para, consequentemente, eliminar tais riscos. “A informação é fundamental para combater os problemas, contudo o mapeamento dos riscos pode dar as informações para agir”, destacou o médico que também defendeu a ideia de que o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s ), pelo trabalhador, se constitui em uma solução intermediária, mas não para a solução do problema.
De modo bastante didático, Ruiz destacou que há cinco categorias de riscos a que a classe trabalhadora está exposta: riscos químicos, em que ficam expostos a químicos em geral; riscos físicos (como ruídos, calor, frio, radiação); biológicos (exposição a vírus, bactérias, fungos); mecânicos (relacionados à organização das máquinas e equipamentos no ambiente de trabalho); e ergonômicos, os quais envolvem a: biomecânica (riscos visíveis, como a cadeira) e a organização do trabalho e cognição (riscos invisíveis: pressão por produção e das chefias, exigência de realização de horas extras, ritmo acelerado, metas sobre humanas).
Neste contexto em que os números de acidentes e mortes no ambiente laboral só aumentam, Ruiz afirmou ser fundamental que as entidades sindicais façam com que as propostas do Movimento em Defesa da Vida, Saúde e Segurança da Classe Trabalhadora Catarinense (MOVIDA) cheguem aos trabalhadores que estão no chão de fábrica. Para tanto propõe que os sindicatos, além de formação contínua, prestem atendimentos individuais para ouvir seus associados, bem como que estabeleça núcleos de ‘caça riscos no trabalho’ que seja capaz de centralizar, analisar e encaminhar as denúncias feitas pelos trabalhadores.
INSTALAÇÕES DAS CISSP´S – Dentre as principais provocações feitas ao grupo por Ruiz é a necessária mobilização dos vereadores catarinenses com mandatos democráticos-populares de modo que se avance na criação de leis que garantam as respectivas Comissões Internas de Saúde do Servidor Público (CISSP) de modo que essa categoria passe a ter sua saúde preservada e apresente proposições voltadas à promoção da saúde e à humanização do trabalho, em especial a melhoria das condições de trabalho, prevenção de acidentes, de agravos à saúde e de doenças relacionadas ao serviço público.