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AMÉRICA LATINA: Lideranças sindicais do Mercosul estão reunidas em Buenos Aires

O encontro reúne os líderes de sindicatos de trabalhadores das indústrias de papel e celulose, papelão, cortiça, e artefatos de papel 

Diretores da Federação das Entidades Sindicais de Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose, Papelão, Cortiça, e Artefatos de Papel do Mercosul (FESPAM), estão reunidos nesta quinta-feira (24/08), em Buenos Aires, para a reunião anual da entidade, tendo na pauta a alteração estatutária e a ampliação para se integrarem ao grupo sindicatos de todos os países da América Latina. 

Idemar Antonio Martini, atual presidente da entidade e também da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), fez a abertura do encontro que se estende até amanhã, com a previsão de haver um encontro com a Ministra do Trabalho, Raquel Olmos.

Além do Brasil, líderes sindicais do Uruguai e da Argentina estão presentes no evento. Além de Martini, integram a delegação brasileira Walter Fogaça, STI Papel Guaíba; Cintia Ronska STI Papel Rio Negrinho e Hamilton de Lima, do STI Papel Três Barras. 

Na abertura, Martini enfatizou que a união da América Latina está em pauta, com vistas a unificar e ampliar a luta do movimento sindical papeleiro para outros países. Também fez uma breve análise da atual conjuntura política brasileira, comparando à atual situação argentina que além da crise econômica registra uma ascensão da extrema-direita, sobre o que advertiu que “Estão preparando para a classe trabalhadora argentina uma trágica cavalgada neoliberal. Já tivemos a experiência da Espanha e do Brasil, com as reformas trabalhista e da previdência. O movimento sindical tem que resistir”. 

Martini lembra que o modelo neoliberal ultrapassado gerou no Brasil, após o golpe de 2016, o enfraquecimento do movimento sindical e a precarização do trabalho que acabou por disseminar a miséria, a fome e as desigualdades sociais, jogando os trabalhadores à própria sorte. “Hoje 40% da força de trabalho brasileiro não tem direitos. Trabalham sem nenhuma espécie de seguridade”, lembrou. Ilustrando a categoria dos papeleiros  brasileiros, Martini lembrou que uma pesquisa realizada pelo DIEESE aponta que o salário mínimo ideal e necessário de todo o trabalhador brasileiro seria de US$ 1.230; no entanto o salário médio dos trabalhadores do setor de papel está em US$ 500; ou seja, recebem 60% a menos do que deveriam para viver dignamente. 

“Nosso objetivo maior é unir a classe trabalhadora da América Latina para resistir aos ataques neoliberais e somar forças para construirmos políticas unificadas de lutas e melhores condições de vida para todos”, finaliza o presidente.

Imprensa Fetiesc

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