Sabino Bussanello
Assessor de formação sindical da FETIESC
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Há exatamente quatro décadas, em janeiro de 1984, nasceu um movimento que viria a marcar a história do Brasil: o primeiro congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Cascavel (PR). Eu morava no Paraná e trabalhava na Associação de Estudos, Organização e Assistência Rural (ASSESSOAR), e tive a oportunidade de ver nascer esse movimento do qual tenho tanto orgulho!
Hoje, após quatro décadas de dedicação incansável, o MST se ergue como o movimento camponês mais longevo do país, mantendo-se organizado em 24 estados, com uma estrutura produtiva diversa: 185 cooperativas, 1,9 mil associações e 120 agroindústrias.
Neste marco histórico, é imprescindível destacar que o MST já assentou 400 mil famílias ao longo desses 40 anos, além de apoiar outras 70 mil que permanecem acampadas em busca do sagrado direito à terra. Os feitos do MST são reconhecidos e exaltados em todas as partes do mundo, inclusive sempre referendados pelo Papa Francisco. Contudo, é fundamental compreender que a luta desses homens e mulheres vai além da conquista da terra; é uma batalha pela justiça social, pela erradicação da fome e pela construção de uma sociedade menos desigual. A reforma agrária e a distribuição e ocupação de terra improdutiva é uma política que já foi implementada em todas as nações desenvolvidas.
Contrariando a imagem distorcida disseminada pela elite, o MST é um fenômeno que transcende a mera luta pela posse da terra. Nestes últimos anos já plantou 25 milhões de árvores, além de ter sido exemplo de solidariedade distribuindo milhares de toneladas de alimentos para desabrigados pelas enchentes e afetados pela guerra Israel x Palestina. Além disso, uma das grandezas do MST é ser uma referência mundial de produção de alimentos orgânicos e sem agrotóxicos.
Unidos e destemidos, esses seres humanos persistem na busca por um país mais justo e equitativo. Essa luta, no entanto, não é exclusiva do MST. Neste momento histórico, é crucial que o sindicalismo laboral brasileiro, muitas vezes caluniado e oprimido como o próprio MST, se revigore através da solidariedade mútua. Juntos, enfrentarão as mazelas impostas pelo capital e pelo neoliberalismo que corroem valores e direitos conquistados pela classe trabalhadora.
Ao refletirmos sobre as palavras do mestre Paulo Freire, a necessidade de um mundo mais “gentificado” torna-se evidente. Tanto o legado do MST quanto a história do sindicalismo laboral confirmam que este sonho só se concretizará com a formação integral de nossos filhos e filhas, tornando-os mentes críticas capazes de agir, interferir e transformar esse mundo.
É hora de nos inspirarmos no MST, de dialogarmos com nossas categorias e formarmos um exército de trabalhadores e trabalhadoras comprometidos com o enfrentamento estrutural dos problemas históricos que permeiam a propriedade da terra e o direito a um trabalho digno. Apesar dos desafios recentes, não podemos nos render à derrota. Devemos manter a confiança nos homens e mulheres que, assim como nós, acreditam na transformação do mundo pelas mãos e pela luta constante da classe trabalhadora, tanto do campo quanto da cidade.
Ao celebrarmos os 40 anos do MST, devemos assumir com vigor nosso papel de cidadãos brasileiros. Acreditamos na construção de um país mais justo, onde terra e capital não se acumulem nas mãos de poucos. Devemos resgatar a dignidade das pessoas e suas famílias, proporcionando-lhes a oportunidade de serem verdadeiramente felizes.
Não é momento de acomodação. Precisamos manter nosso exército de homens e mulheres em movimento, para que a liberdade reine em um Brasil mais justo, igualitário e fraternal. O compromisso é com a continuidade da luta, pois só assim construiremos o futuro que almejamos para essa e as gerações que virão.
Vida longa e gloriosa ao MST pela rebeldia e valentia popular!
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