Fetiesc

O fim da ‘década perdida’ (2013-2023) está próximo!

Mais do que nunca é necessário transcender o mero ‘debate’ e adentrar o campo do ‘combate’ político

Mural com a imagem do antigo chefe de Estado na Avenida Paulista, em São Paulo. Nelson Almeida/Afp/Getty Images

Por André Gobbo 

Vivemos um momento crucial na história recente do Brasil, marcado pelo ressurgimento de dados que refletem o primeiro ano do terceiro mandato do Presidente Lula. Depois de muito tempo, os desempenhos recentes de Produto Interno Bruto (PIB) per capita, renda per capita e produtividade dão sinais positivos para a economia brasileira. As cifras, mesmo admitidas pela imprensa mais conservadora, apontam para a árdua tarefa de sair de uma década perdida (2013-2023), repleta de golpes, retrocessos e desafios.

Convém lembrar que a década perdida, iniciada após a derrota de Aécio Neves e acelerada durante todos os esforços golpistas do centrão e da extrema-direita para o impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi caracterizada por uma série de eventos que deixaram cicatrizes profundas na sociedade brasileira e, de modo especial, à classe trabalhadora. 

Não esquecemos que todas as perseguições e manifestações relacionadas ao impeachment foram também fomentadas por um golpismo insuflado pela mídia entreguista, que culminou com a perda de nossos direitos e na instauração de uma atmosfera política conturbada.

Também neste período inescrupuloso, o lavajatismo encabeçado por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol potencializou o ódio à política e a visão diabólica e messiânica de que ‘eles’ haviam sido os escolhidos para salvarem o Brasil tanto do ‘petismo’ quanto do ‘comunismo’; a favor do fortalecimento de um capitalismo nefasto que em benefício de poucos trouxe de volta a fome e o aumento da miséria entre o povo brasileiro. 

No entanto, a politização da justiça na capenga república de Curitiba foi um tiro na culatra, fortalecendo o surgimento e propagação do bolsonarismo atrelado ao advento do falso ‘Messias’ que logo assumiria o país sob as ‘bênçãos’ do presidente golpista Michel Temer. 

Ainda nesta década perdida, o governo do ‘imbroxável ineligível’ foi marcado por desastres políticos, golpismos e traços fascistas, os quais, somados à pandemia da COVID-19, criaram um cenário desolador do qual até agora não nos recuperamos. 

Sem nenhuma piedade, mais de 700 mil brasileiros e brasileiras perderam suas vidas diante o deboche de um presidente imbecil, machista, corrupto e negacionista, que transformou o país em um picadeiro trágico, em que o palhaço faz o espetáculo travestido pelos valores cristãos, sem esconder os resquícios bárbaros da recente ditadura militar.

No entanto, mesmo que hoje celebramos a retomada do PIB aos patamares de 2013, a pesquisa da Quaest publicada nesta quarta-feira (06/03) deixa evidente que, apesar de todos os esforços, ainda não conseguimos romper a bolha deste bolsonarismo barato, fajuto e nojento, construída por meio de uma narrativa falsa e vã que mantém as pessoas acéfalas e fechadas à ideias fascistas, fazendo com que se organizem em células de extrema-direita que crescem e se fortalecem numa ‘guerra ideológica-cultural’ sem precedentes.

Clique aqui para seguir o canal do ‘Fetiesc Informa’ no WhatsApp

Neste contexto dicotômico – de crescimento econômico e visível empobrecimento cognitivo-intelectual da população brasileira- a pesquisa nos permite perceber que um dos maiores riscos que enfrentamos é a ascensão da teocracia, na qual o tal ‘messias’ é tratado como uma divindade.  

Falo isso porque hoje, o próprio governo Lula, para manter certa estabilidade, se vê forçado a financiar planos perigosos liderados por figuras evangélicas que sem nenhum pudor maldizem o Governo, desinformam e conduzem seus rebanhos por meio de notícias falsas propagadas nas redes sociais. 

Diante desse quadro é necessário transcendermos o mero ‘debate’ e adentrarmos o campo do ‘combate’ político nos posicionando contrários a esses falsos ‘messias’ que posam de bonzinhos para semear, em nome de um ‘deus’, a desinformação e o ódio contra nós. Mais do que qualquer outro tempo, nesta década perdida fomos reféns da polarização do fascismo contra a democracia. E por pouco não perdemos essa guerra! 

Para não retrocedermos ainda mais, nas eleições municipais de outubro deste ano é imperativo enfrentar a usurpação do poder por essa gente que ameaça a laicidade do Estado e a diversidade de crenças em nossa sociedade.

Por mais que o fim da ‘década perdida’ esteja próximo, a pesquisa da Quaest nos mostra que estamos no momento de unir as forças democráticas e progressistas, dialogar, informar e, acima de tudo, agir contra esse bolsonarismo nojento repugnante e fajuto, em prol de um Brasil mais lúcido, justo, verdadeiro, livre e democrático. 

É certo que a reconstrução do Brasil não se dará apenas com Lula e nos números positivos da economia, mas na nossa força coletiva em busca de fazer com que a fé na vida e nas pessoas vença a insensibilidade e a imbecilidade humana. Como dizia Galeano: “A utopia está lá no horizonte. […] Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

O autor é Jornalista, doutor em Educação Científica e Tecnológica

#BrasilRenascido #EconomiaEmAlta #DecadaPerdidaSuperada #LulaNoComando #DemocraciaFortalecida #BolsonarismoRepugnante #DesafiosSuperados #TeocraciaNão #PolarizaçãoSuperada #UniãoProgressista #EleiçõesMunicipais2024 #FéNaVida #ConstruindoOFuturo #Lula2024 #ForçaColetiva #AgirPorDemocracia

Imprensa Fetiesc

Imprensa Fetiesc

1 comentário