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OPINIÃO: O apartheid defendido pela extrema direita nos coloca em alerta

As declarações dos governadores de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul atendem aos interesses de uma elite insensível e cruel que tem ojeriza da classe trabalhadora

Idemar Antonio Martini

Presidente da FETIESC

As declarações do governador de Minas Gerais ao jornal ‘O Estado de São Paulo’, propondo a união dos sete estados mais ricos das regiões Sul-Sudeste em contraponto às políticas sociais voltadas aos mais pobres do Brasil, escancaram a ojeriza que essa gente tem contra os pobres e a classe trabalhadora.

Nas entranhas do que foi dito, entendemos que a extrema-direita que domina as regiões sul e sudeste mantém em curso um projeto articuloso de promover uma espécie de novo apartheid, por meio do qual expurgarão os pobres e explorarão a classe trabalhadora. 

Ao ter defendido a secessão política entre o norte e o sul do Brasil, o governador não fala sozinho. Tal concepção é a continuidade do projeto desastroso iniciado por Temer, que agora expõe o seu caráter xenofóbico (aversão aos estrangeiros) e aporofóbico (aversão aos pobres) que ameaça a reconstrução deste Brasil destruído pelos ideários bolsonaristas que contamina tanta gente. 

É sabido que, nos últimos tempos, as ideias nazifascistas encontraram nas regiões sul e sudeste um terreno fértil para se enraizar e fortificar: basta ver quais são as siglas da maioria dos deputados, senadores e governadores eleitos no último pleito. E assim, com ideais repugnantes, essa elite insensível e cruel que nos domina e governa exala todo o mal que carrega em si e, pela imposição do medo e da ameaça, mantém o povo calado e passivo diante tantas atrocidades.

Porém uma coisa é certa: o projeto desta gente nos coloca em alerta para não retrocedermos. É preciso mobilizarmos e (re)formarmos as mentes e os corações da classe trabalhadora para que se livre desse tal ‘encanto do canto da sereia’ e, corajosamente, se contraponha a essa gente que não medirá palavras e nem esforços para continuar dividindo o povo brasileiro como se “vaquinhas” fossem. 

Ao propor tamanho disparate, essa elite engomada representada pelo governador Zema – apoiado por Leite e Freitas – ignora o fato de que ainda somos o país com a segunda pior distribuição de renda do planeta! Eles não revelam à  classe trabalhadora que 1% dos brasileiros detém 99% do Produto Interno Bruto (PIB). Em outras palavras, apenas seis pessoas detém a mesma renda que os 100 milhões de brasileiros mais pobres. E para manterem os privilégios desta casta a extrema direita ataca os pobres e as políticas públicas que dão a dignidade mínima à vida desta gente!

Diante as descabidas declarações desta semana, é compreensível que o articuloso projeto de apartheid entre os brasileiros e brasileiras continua em curso. Zema e Leite apenas externaram e defendem o que a elite e a extrema-direita quer: explorar e exterminar os pobres e trabalhadores, e para isso, se preciso for, matarão a nossa gente com novas investidas para a retirada de direitos, para a precarização do trabalho, pela exclusão e pela fome! Vamos combatê-los e vigiá-los, sem trégua!!

Imprensa Fetiesc

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