webmasterNo domingo os dirigentes sindicais da Fetiesc viajaram por 15 horas para participar do 9º Fórum Sindical Sul Têxtil que neste ano é realizado na cidade de Cianorte no Paraná. Estão presentes 30 dirigentes sindicais representantes de 14 sindicatos distribuídos entre fiação, tecelagem, vestuário couro e calçado mais a equipe da Fetiesc. O fórum é realizado de 12 a 14 de abril.
Hoje (13) pela manhã o Presidente da Fetiesc, Idemar Antonio Martini coordena a mesa de trabalhos e em sua fala comenta que ” no momento atual temos um congresso que tira os direitos dos trabalhadores, como a aprovação do PL4330 na última semana. Isso acontece porque o movimento sindical está se omitindo, não participa de politica partidária e não tem consciência da sua responsabilidade enquanto entidade representante da classe trabalhadora.”
A primeira palestra do Fórum Sindical Sul Têxtil foi do Jornalista, Analista Político e Assessor Parlamentar do DIAP – Departamento Intersindical de Estatística e Política Marcos Verlaine, fala sobre o atual panorama político do Brasil. Para ele ”os sindicatos devem intervir politicamente para esclarecer nosso povo para que ele participe ativamente da política para que o movimento sindical possa competir de igual com o patronal. Intervir politicamente significa debater o assuntos nos eventos, apoiar os candidatos que futuramente irão lutar por nos no congresso ou até lançar um candidato”.
A tarde do segundo dia ficou por conta dos Economistas Ricardo Franzoi do Rio Grande do Sul e Mairon Edegar Brandes de Santa Catarina, ambos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Para Ricardo Franzói ‘’existe um exagero da mídia em relação a situação econômica atual do país. O salário mínimo no Brasil tem crescido a cada ano ao contrário de países como os EUA que não tem aumento há 7 anos. O salário mínimo real tem crescido, isso faz com que gere mais empregos que aumenta o consumo no mercado interno e assim a indústria vende mais.’’
Outro dado interessante para o setor da indústria têxtil, couro, calçado e vestuário é que ” 35% da riqueza do país vem dos quatro estados participantes do fórum que são o RS, SC, PR e MS” segundo dados do IBGE coletados pelo Economista da Subseção do Dieese na Fetiesc, Mairon Brandes.
Todo ano a Pauta Unificada é apresentada para os participantes do Fórum para que as cláusulas sejam aprovadas, desta forma as entidades presentes podem utilizar a pauta para a negociação em cada estado. Ainda pela manhã é tratado de um tema muito debatido, o Custeio do Movimento Sindical. Para o Advogado Dr. Cícero Vieira de Araújo ”o dirigente deve conhecer o movimento sindical e suas conquistas como as 8 horas diárias de trabalho, férias, 1/3 de férias, 13º salário. Somente assim ele poderá defender com argumentos fundamentados na realidade para justificar a sua importância. Sem contribuição sindical não existe o sindicato”.
Nesta tarde os donos da Agência Abridor de Latas – Comunicação Sindical e Institucional Guilherme Mikami e Larissa Amorin Mikami falam dos desafios e perspectivas da comunicação no movimento social. Não é mais novidade que a comunicação tem papel estratégico dentro dos sindicatos e de que ela é pouco utilizada por eles.
Segundo eles ”há uma resistência do movimento sindical em começar a utilizar a comunicação e de compreender o seu poder. E vale ressaltar que o empresariado brasileiro ”torra” dinheiro em comunicação e marketing enquanto isso eles fazem com que o trabalhador acredite que a empresa é quem representa ele e não o sindicato.” Ainda lembram que ”a grande mídia reforça em suas novelas, programas, filmes e revistas um pensamento individualista diferente do movimento sindical que tem o foco no nós e não no eu”.
O Fórum foi finalizado com trabalhos em grupos onde os dirigentes debateram cada tema apresentado durante o evento e posteriormente apresentaram sugestões e encaminhamentos para o grupo até a próxima edição do fórum. O Presidente da Fetiesc, Idemar Martini comenta que ‘’o Fórum Sul Têxtil tornou-se referência para os outros estados do país. Neste evento recebemos a visita de sindicalistas que não participam do fórum mas que estão interessados em fazer parte pois aqui debatemos temas muito importantes para a categoria e que merecem atenção do movimento sindical. Ficamos felizes em ter iniciado um modelo que deu muito certo e que cresce e se fortalece a cada ano’’.
