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Fórum Sindical Sul debate saídas aos ataques contra a organização da classe trabalhadora

Evento acontece em Cianorte até sexta-feira,  reunindo dirigentes sindicais do RS, SC, PR e MS

O 13º Fórum Sindical Sul dos Trabalhadores foi aberto na noite de ontem (24), em Cianorte (PR), com a participação de aproximadamente 130 dirigentes sindicais dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul e o debate sobre os ataques do governo de ultradireita de Jair Bolsonaro contra a organização da classe trabalhadora e o custeio das entidades sindicais. O Fórum foi criado em 2006 na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (Fetiesc), em Itapema, inicialmente reunindo os setores têxtil, fiação, vestuário, couro e calçados mas, a partir desse ano, passa a ser uma organização eclética, com as presenças de representantes de diversas categorias de trabalhadores. Em sua 13ª edição, a organização inclui dirigentes dos trabalhadores de alimentação, ceramistas, químicos, plásticos, papeleiros, entre outras. Além da Fetiesc, na mesa de abertura estiveram os presidentes das Federações dos Trabalhadores do Calçado e Vestuário do RS, João Nadir Pires, dos Têxteis de RS, Renato Dallagnol, dos Trabalhadores nas Indústrias do MS, Cleoni Bortoli e do Sindicato das Costureiras de Cianorte (Sindcost), Elizabete Alves de Matos.

“Somos a classe trabalhadora, pessoas comprometidas com o bem comum em busca da sobrevivência enquanto seres humanos”, discursou o presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini, na solenidade de abertura do evento, que acontece até o dia 26, no centro de convenções do Cianorte Hotel. “Devemos sair daqui com vontade de construir um novo modelo sindical e um novo projeto de país e o Sindicato é o porta voz das pessoas que não podem falar, nem mesmo pensar”, complementou. Atual presidente da Fespam (Federação dos Papeleiros do Mercosul), Idemar Martini lembrou que a reação a este momento não é exclusiva do Brasil, citando como exemplos a Argentina, onde o povo está organizado e surgiu um novo movimento sindical, e os Estados Unidos, onde dirigentes autênticos, sem a influência de republicanos nem democratas, estão construindo um novo sindicalismo na luta contra a exploração. “No Brasil, temos que nos preparar”, advertiu Martini, conclamando todos a impedir a ameaça de mudança no sistema sindical brasileiro, “por decreto”. Na sua avaliação, é na crise que surgem os grandes exemplos: “Bem vindos a essa luta, que é coletiva, vamos acreditar e nos reinventar”, finalizou.

Importância dos Sindicatos na vida dos trabalhadores

Presidente do Sindicato das Costureiras de Cianorte (Sindcost) e anfitriã do 13º Fórum Sul, Elizabete Alves de Matos lembrou da aprovação da Reforma da Previdência pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, nesta semana, da tentativa de impor o “estado mínimo” aos brasileiros e da necessidade de união e convivência entre trabalhadores e sindicatos. “Onde erramos para termos tantos prejuízos?”, questionou a dirigente do Sindcost, reafirmando a importância dos Sindicatos nas conquistas da classe trabalhadora: “É necessário ter Sindicato, porque os trabalhadores não conseguem negociar sozinhos com os patrões”. Advertiu que, “depois desse Fórum, nossa responsabilidade será muito maior, cada um de nós tem a missão de transformar nossa divisão em união e nosso conhecimento em ação” e que “os jovens são os mais afetados pelos ataques aos direitos dos trabalhadores”, devido ao trabalho precário resultante da Reforma Trabalhista instituída no governo Temer, e que “são eles que não terão como contribuir com a sua aposentadoria, em caso de aprovação da Reforma da Previdência”.

Sérgio Homrich

Imprensa Fetiesc

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