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NEGOCIAÇÃO Nova rodada da negociação salarial unificada dos trabalhadores dos setores de materiais plásticos acontece na próxima semana, dia 18

Proposta do sindicato patronal é de que o reajuste seja estabelecido em 4,36%, trabalhadores esperam por aumento real e benefícios

Lideranças sindicais estiveram reunidas na manhã desta terça-feira (11/04) na sede da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Santa Catarina (FETIESC), no município de Itapema, para a realização da primeira reunião de negociação salarial com os representantes do Sindicato da Indústria de Material Plástico de Santa Catarina (SIMPESC)

O presidente da FETIESC, Idemar Antonio Martini, conjuntamente às lideranças sindicais do setor de todo o Estado, recepcionou o interlocutor da classe patronal, Vernon Luiz Campos, acompanhado de empresários do setor, os quais se dispuseram a ouvir as principais reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras da indústria de material plástico.

De antemão, Martini afirmou que uma das mais prementes necessidades dos trabalhadores é a questão da alimentação e solicitou a sensibilização da classe patronal para que ofereça uma espécie de benefício (cesta básica ou vale alimentação) visto que os custos da família com este item têm aumentado substancialmente, muito acima da inflação. 

“Estamos longe de estar num país justo, sendo que hoje a fome está de volta. A inflação acumulada nestes primeiros três meses foi de 4,36% e a cesta básica tem tido um impacto maior que isso. Ao instituir um auxílio de alimentação ao trabalhador, minimizaremos os impactos da fome e da má alimentação sem a empresa precisar pagar encargos sobre essa rubrica, uma vez que incentivos fiscais por parte do Governo”, enfatizou Martini. 

Mesmo esclarecendo que enquanto instituição patronal o SIMPESC não interfere nas questões específicas de cada empresa, como no caso do auxílio alimentação, Vernon Luiz Campos enfatizou a importância de a FETIESC apresentar essas proposições, dando ênfase ao que efetivamente mais afeta o trabalhador. 

A segunda rodada da negociação ficou agendada para a próxima terça-feira, dia 18 de abril, às 14 horas, novamente na sede da FETIESC.

AUMENTO REAL – Outra reivindicação da classe trabalhadora é que neste ano, superados os efeitos da crise advinda com a pandemia da COVID-19, é que seja concedido aumento real ao salário, sendo esta a principal reivindicação dos trabalhadores.

Sobre esse fato, o assessor jurídico da FETIESC, André Bevilaqua, enfatizou que 69% das negociações deste ano, tiveram reajuste superior à inflação, representando um ganho real para o trabalhador, sendo que, neste sentido, os trabalhadores da indústria de material plástico esperam lograr o mesmo êxito que os demais.  

De antemão, o representante patronal, Vernon Luiz Campos antecipou que a proposta no momento é apenas o reajuste conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos últimos 12 meses, que está em 4,36%.  Para ele, o aumento real é concedido por intermédio da participação dos resultados e por outros eventuais benefícios que a empresa oferece. 

Diante do impasse, o presidente do STI Plásticos, Químicos e Papel de Brusque, Ednaldo Pedro Antonio, lembrou ter vindo de uma “época que trabalhar na indústria era motivo de orgulho para a família; hoje é apenas para achar uma ocupação até encontrar uma condição melhor. Isso porque, hoje um garçom da praia ganha mais do que um operador da indústria”. 

Do mesmo modo, o presidente do STI Plásticos Biguaçu, Lucio Schmitt, enfatizou que este é o momento de o patronal retribuir os esforços e a abnegação dos trabalhadores que, em 2020, em meio a crise econômica imposta pela pandemia, foram sensíveis às dificuldades das empresas. “Agora chegou a hora de as empresas ajudarem os trabalhadores. Estamos precisando melhorar nosso poder de compra para custear as nossas necessidades mínimas e dignas. Elas não têm argumentos para não darem um aumento real, sendo que tudo está sendo produzido só para aumentar o lucro dos patrões”, assinala.

Além do aumento real de 3%, os trabalhadores reivindicam como carro chefe: a concessão do benefício de cesta básica no valor de R$ 250; um abono salarial de R$ 300; a fixação do piso salarial de R$ 2 mil para a categoria e a homologação de rescisões contratuais no sindicato, independentemente do tempo de contrato. 

Imprensa Fetiesc

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