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9 de julho: Dia da Luta Operária

A data faz alusão ao assassinato do sapateiro anarco sindicalista José Martinez, em 1917, em São Paulo, que culminou na primeira greve geral do Brasil

Neste domingo, dia 09 de julho, o movimento sindical brasileiro celebra o Dia da Luta Operária, data essa que nos conduz a revigorar as nossas forças e a nos pormos na trincheira da luta pela saúde, pela vida e pelos direitos da classe trabalhadora, tão atacados nos últimos tempos pelo sistema neoliberal vigente. 

Neste dia, celebrando o passado com vistas a desenharmos um futuro mais promissor, é preciso mobilizarmos os trabalhadores e as trabalhadoras para que se mantenham na luta, sem jamais se apequenar diante as ameaças impostas pelo capital. Dentre as principais bandeiras de luta dos operários da época destacam-se: melhores condições de vida e trabalho; melhores salários e definição de jornada de trabalho de 8 horas. 

Convém lembrar que a data faz alusão à morte do jovem sapateiro anarco sindicalista José Martinez (1896-1917), que no dia 9 de julho de 1917, aos 21 anos de idade, foi baleado e morto por soldados da antiga Força Pública na paralisação que tomou conta de várias empresas de São Paulo e que é considerada a primeira greve geral do Brasil. 

Conta os registros da história que o seu funeral atraiu uma multidão que atravessou a cidade acompanhando o corpo até o cemitério do Araçá onde foi sepultado. Indignados os operários da indústria têxtil Cotonifício Crespi, com sede na Mooca, entraram em greve, e logo foram seguidos por outras fábricas e bairros operários. Três dias depois, mais de 70 mil trabalhadores já aderiram à greve. Armazéns foram saqueados, bondes e outros veículos foram incendiados e barricadas foram erguidas em meio às ruas.

De uma reportagem do Jornal A Plebe, de julho de 1917, retiramos a seguinte narrativa sobre o evento: “Compungidamente saudamos os que tombaram, varados pelas balas assassinas da polícia, nesta Capital e em Campinas. Operários do progresso e do bem estar social, erguendo-se e exigindo o direito à vida, que é supremo bem na ordem natural, cairam, para não mais se levantar, sob a fuzilaria dos proletários inconscientes que, militarizados, contra eles próprios serviam os interesses dos ricos e dos potentados. O sacrifício do nosso jovem companheiro Martinez, a primeira vítima, e do Nicola Salerno, um simpatizante que dia a dia melhor compreendia a grandeza do nosso ideal de regeneração humana, não será em vão. Os seus nomes ficarão gravados, em todos os corações proletários”

Que os ideais de José Martinez e de todos os operários mortos na luta, há 106 anos, voltem a inebriar a classe trabalhadora para que continue na luta pelo seu direito à vida!

Jornal A Plebe, de 21 de julho de 1917
Imprensa Fetiesc

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