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58 trabalhadores catarinenses foram vítimas de tráfico de pessoas para trabalho análogo à escravidão em 2022

Criciúma e Ituporanga lideram a lista do mau exemplo

O Ministério do Trabalho e Emprego publicou os resultados da atualização dos dados referentes aos casos de trabalho análogo à escravidão relacionados ao tráfico de pessoas em 2022, identificando 1.970 pessoas como vítimas. No Estado de Santa Catarina foram 58 trabalhadores encontrados nessa situação e até essa data, são 47 casos registrados em 2023. Dentre os municípios catarinenses com mais autos de infração lavrados em 2022 estão: Criciúma (16) e Ituporanga (14). Os dados completos estão disponíveis em https://sit.trabalho.gov.br/radar/

O ato faz alusão ao dia 30 de julho, celebrado como o Dia Mundial do Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo, define o tráfico de pessoas como atividade que envolve diversas formas de coação e exploração, como trabalho forçado, condições análogas à escravidão, servidão e exploração sexual. 

O relatório da fiscalização destaca que, desde a entrada em vigor da lei, em 2016, a Inspeção do Trabalho resgatou 4.888 trabalhadores vítimas de trabalho análogo à escravidão, que também foram identificados como vítimas de tráfico de pessoas, sendo os estados de Minas Gerais, Maranhão e Bahia como aqueles que registraram maior número de casos de origem de trabalhadores, enquanto Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul os principais destinos dos trabalhadores traficados. 

Um dado alarmante ressaltado no relatório, demonstra que 58% dos casos identificados nas operações são de tráfico interestadual de pessoas, sendo a maioria das vítimas composta por homens (93%) – predominantemente de etnia preta ou parda (85%), com baixa escolaridade, 23% com até o 5º ano incompleto e 7% analfabetos. Outro aspecto ainda mais preocupante, é que 46 vítimas tinham entre 13 e 17 anos quando resgatados. 

Para denunciar o tráfico de pessoas para fins de trabalho análogo ao de escravo, basta acessar o Sistema Ipê https://ipe.sit.trabalho.gov.br/. A denúncia pode ser feita de forma anônima ou identificada.

Imprensa Fetiesc

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