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Fespam reúne-se na Fetiesc

Fespam reúne-se na Fetiesc com o sonho da luta única

Dirigentes sindicais da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai debatem reivindicações comuns dos trabalhadores

A Fespam (Federação dos Trabalhadores Papeleiros do Mercosul) reúne 110 dirigentes sindicais da Argentina, Uruguai, Paraguai, além do Brasil, no Centro de Educação Sindical da Fetiesc, em Itapema, dias 10 e 11 de agosto, “para estabelecer políticas de trabalho e definir uma pauta comum de reivindicações dos trabalhadores dos países do cone sul”, antecipa o presidente Blas Juan Alari. “Na política, os problemas são iguais”, prega Alari, oriundo do setor papeleito argentino. “Temos que estabelecer políticas e completá-las na prática”. Ele adverte que os trabalhadores do Mercosul precisam estar preparados para a crise global do capitalismo.

A abertura do Encontro acontece às 18 horas de hoje (dia 10) mas, antes disso, às 14 horas o Comitê Executivo estará reunido. Para a quinta-feira (11) estão previstos informes setoriais dos quatro países, painel expositivo com dados sobre número de trabalhadores e remuneração média, ramos de atividade, sobre a produção, etc. No período da tarde será feita análise jurídica e sindical do setor papeleiro, propondo ações práticas para a Federação dos Papeleiros desenvolver a curto, médio e longo prazos. O encerramento acontece após a plenária final, às 18 horas. Além de dirigentes sindicais catarinenses, a Fespam é integrada por dirigentes paranaenses, gaúchos, paulistas e mineiros, que participam do Encontro.

O presidente da Fetiesc, Idemar Antônio Martini, renova o agradecimento pela realização do Encontro dos Papeleiros, na Fetiesc, e lembra que a Fespam possui o sonho da luta única para fazer frente ao capital: “O capital do setor do Papel do Mercosul é um só e está em todos os cantos do planeta, na ganância dos patrões. Temos que unificar a luta para que não queira impor sua política de exclusão em nenhum país”, defende o presidente da Fetiesc. O último Encontro da Fespam aconteceu dia 18 de março, na Argentina, quando os dirigentes visitaram os polos papeleiros e aprovaram a realização do Congresso dos Papeleiros do Mercosul, em fevereiro de 2012.

Papeleiro de São Paulo, o dirigente Alonso Bomfim avalia que “o mundo está voltado para o Brasil e para o Mercosul com objetivo de explorar o papel, devido à questão climática favorável ao plantio”. Ele denuncia a precocidade com que são cortadas as árvores, na atualidade: “No Chile, são 14 anos para o corte, aqui no Brasil já estamos cortando árvores com sete anos”. Alonso cita uma empresa chilena do setor do papel, que tem filiais no Brasil (em Caieiras, Mogi das Cruzes, em SP, e em Guaíba, no RS), e lembra que a multinacional “está envolvida em todos os setores, inclusive do governo”. Com os sindicatos frágeis e a legislação trabalhista omissa, no país de origem (“onde pode pagar o salário até com bônus”, denuncia), a empresa pressiona para implantar a mesma exploração no Brasil.

O dirigente sindical papeleiro de Guaíba, Walter Fogaça, conta que a empresa chilena (Companhia Melhoramentos de Papel e Celulose) instalou-se no município com o objetivo de se inserir na cultura do país. “É a maior empresa da cidade e, como o nosso Sindicato é de enfrentamento, as condições de trabalho melhoraram a partir de sua instalação (o Programa de Parcipação nos Resultados pagou 2,3 salários esse ano). Mas percebemos a tendência de tentar diferenciar o aumento real de salário, em relação ao praticado no país de origem”, relata o sindicalista gaúcho.

Entre as reivindicações que compõem o carro-chefe da Campanha Salarial dos papeleiros do Mercosul, reunidos na Fespam, destacam-se: “reajuste salarial de 15%, piso salarial de R$ 1.518,00, jornada de trabalho de 40 horas semanais sem redução salarial, adicional noturno de 60%, fim das horas extras, cesta básica no valor de R$ 300,00 mensais, 14º salário, fim da terceirização”. Nas questões gerais, temas como “desenvolvimento sustentável, programas de qualificação profissional, trabalho decente (remuneração justa com igualdade de oportunidades, sem discriminação)”. O presidente da Fespam, Blas Alari, é taxativo: “O movimento sindical precisa se expandir para o mundo, até formarmos uma Federação Mundial específica dos Trabalhadores Papeleiros. Vamos manter a unidade para enfrentarmos os problemas globais”.

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO FETIESC.

Comunicacao

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