Imprensa FetiescDados apresentados indicam que um trabalhador catarinense morre por dia, vítima de acidente de trabalho
O Secretário Geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), Ednaldo Pedro Antônio, também presidente do SINTIPLASQUI de Brusque, representou a entidade, na manhã desta quarta-feira (26/04), na audiência pública alusiva ao ‘Dia mundial da segurança e da saúde no trabalho’ e ao ‘Dia Nacional em Memória das Vítimas de acidentes e doenças do trabalho’, organizada pelo deputado estadual Neodi Saretta (PT), que também é presidente da Comissão de Saúde do Trabalhador da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC). O evento foi realizado no Plenarinho da própria ALESC, numa parceria com o Tribunal Regional do Trabalho.
Na ocasião Ednaldo lembrou que ainda no início dos anos 2000, a FETIESC demonstrou a sua preocupação com a saúde do trabalhador, ao ser uma das entidades criadoras do Movimento em Defesa da Vida, Saúde e Segurança da Classe Trabalhadora Catarinense (MOVIDA).
Em breve relato, Ednaldo lembrou que o MOVIDA já mobilizou os trabalhadores para irem às ruas das principais cidades do Estado na tentativa de conscientizar a sociedade em geral sobre o crescente número de adoecimento físico e mental a que os trabalhadores estão submetidos. Além disso, conforme ele, o MOVIDA apresentou diversas proposições e Projetos de Lei, sendo que em 2012 foi criada a Frente Parlamentar de Saúde do Trabalhador na ALESC.
No entanto, mesmo assim, infelizmente, “os números estão aumentando e isso nos preocupa o que nos leva a retomar os debates sobre as Normas Regulamentadoras (NRs) fazendo uma revisão do que foi revogado pelo antigo governo, para que esse movimento não fique nos discursos e possamos atuar efetivamente para que no ano que vem possamos celebrar melhorias nestes índices”, sugere.
Na ocasião, Ednaldo ratificou o convite para que todos participem do seminário sobre saúde e segurança da classe trabalhadora que será realizado pela FETIESC nesta sexta-feira, dia 28 de abril, de modo online e gratuito, com a participação da deputada estadual Luciane Carminatti e do médico trabalhista Roberto Ruiz.
UMA MORTE POR DIA – O recém empossado Superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego em Santa Catarina, Paulo Eccel, também participou do evento e lamentou os números atuais que apontam que um trabalhador catarinense é morto diariamente, vítima de acidente de trabalho.
Segundo Eccel, existem várias razões para tal fato, no entanto chama a atenção para o desmonte do Ministério do Trabalho e Emprego assistido no governo de Bolsonaro, o qual pagava uma diária de R$ 17,00 para que os auditores fiscais atuassem, utilizando o próprio carro.
Além disso, relata que desde 2014 o Ministério do Trabalho está sem concurso público, sendo que nesta semana houve o anúncio extraoficial que haverá a realização de um novo certame para a contratação de 1.600 auditores fiscais de trabalho, para atuarem Brasil afora.
“Se não fosse a abnegação e o compromisso dos servidores públicos que lá atuam, nada teria acontecido nessa área. A fiscalização precisa atuar. A certeza da impunidade para alguns, a ausência de fiscalização por parte do Ministério e o aprofundamento do neoliberalismo – onde o objetivo é o lucro a qualquer custo – faz com que Santa Catarina, que se denomina como a Suíça brasileira, tenha ainda hoje trabalhadores sendo submetidos ao trabalho análogo à escravidao. Não dá pra se admitir isso!”, ressaltou.
