Imprensa FetiescErnesto Trigo pediu para que os sindicalistas de diversos países tenham a capacidade de se conectarem, se comunicarem e trabalharem em conjunto para assumirem o protagonismo das mudanças
Na tarde desta sexta-feira (27/10) a palestra do presidente do Sindicato das Manufaturas de Couro e Secretário Adjunto da Federação dos Trabalhadores da Argentina da Indústria do Couro e Afins, Ernesto Quiqui Trigo, encerrou o ciclo de debates da 15ª edição do Fórum Sindical Sul (FSS 2023), realizado nos últimos três dias em Campo Grande (MS), reunindo centenas de lideranças sindicais dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Na oportunidade, após apresentar uma análise da complicada conjuntura político-econômica do país vizinho, Trigo manifestou o apoio e a união do sindicalismo argentino para derrotar as forças fascistas representadas pela possibilidade de eleição de Javier Milei à presidência da república, no próximo mês.
Para ele a eleição de Milei – assim como Bolsonaro para o Brasil – é um risco às políticas de justiça social e de solidariedade, podendo fazer o país retroceder aos tempos do ex-presidente Maurício Macri, o qual não se furtou em colocar o exército nas assembleias de chão de fábrica, travando um confronto constante com os sindicalistas e a classe trabalhadora. “Nos atacaram com armas letais e muitas companheiras e companheiros foram mortos e feridos em combates com a polícia”, relatou.
Diante esta ameaça, Trigo adverte que o candidato Sergio Massa – apesar de ser de direita – se tornou a única alternativa, isso porque ele está rodeado de bons dirigentes sindicais e políticos que haverão de continuar na defesa dos direitos da classe trabalhadora e contrários à exploração dos recursos naturais argentinos. Conforme ele, a proposta de Milei é entregar os territórios e as riquezas do povo argentino às grandes potências mundiais, como o caso do lítio, do petróleo e das Ilhas Maldivas.
“Esta é uma oportunidade para colocarmos um freio na história política! Temos que unir a frente popular contra o fascismo”, assevera ele ao relatar que nos últimos dias, após o primeiro turno, a sede do sindicato que ele preside, foi atacada com explosivos, numa visível tentativa de Milei e seus correligionários em eliminar as forças de oposição.
UNIÃO LABORAL – Considerando que 45% da população economicamente ativa da Argentina está abaixo da linha de pobreza, Trigo considera ser essencial que o movimento sindical laboral de países co-irmãos, como no caso do Brasil, estreitem o relacionamento e unifiquem as pautas de reivindicações na defesa pelos direitos da classe trabalhadora. “É preciso investir em formação sindical para defendermos a nós próprios, de forma coletiva, para sermos protagonistas das mudanças que o mundo precisa. E isso só se consegue com luta”, avalia o sindicalista argentino.
Dentre as principais bandeiras unificadas por ele sugeridas está a redução da carga horária para 40 horas semanais, ou seja, 6 horas diárias sem redução salarial, para que o trabalhador possa ter mais tempo para desfrutar a vida, o lazer e a família, esclarecendo que as conquistas são frutos de muita luta e que a força da classe trabalhadora está na unidade de todos e que este exemplo deve ser seguido pelas entidades sindicais da América Latina. “Desta forma podemos incorporar no mercado de trabalho os milhões de desempregados e desocupados que estão às margens da sociedade, clamando por uma vida digna”, avalia ele concluindo ser premente ter fortaleça e dignidade para que a classe trabalhadora alcance êxito neste objetivo.
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